Os protestos começaram ainda na noite de domingo (20) em diferentes rodovias federais e estaduais do Rio Grande do Sul. Pneus foram queimados às margens das estradas na madrugada de segunda (21).
A categoria quer a redução do valor do óleo diesel, que tem tido altas consecutivas nas refinarias. Na terça, o preço sobe 0,97% nas refinarias. A escalada dos preços aconteceu em meio à disparada dos valores internacionais do petróleo.
As revisões podem ou não refletir para o consumidor final – isso depende dos postos. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel nas bombas já acumula alta de 8% no ano. O valor está acima da inflação acumulada no ano, de 0,92%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O sindicato que representa os postos de combustíveis no Rio Grande do Sul, Sulpetro, por meio de nota, manifestou “descontentamento com a atual política de preços da Petrobras”, com reajustes diários.
“A sistemática adotada em julho de 2017 está penalizando nocivamente os empresários varejistas de combustíveis e, por consequência, o consumidor”, diz o comunicado. Na visão do sindicato, “a unifirmização das alíquotas de ICMS é uma das principais alternativas para reverter este quadro.”
De acordo com o Sulpetro, as margens de lucro da gasolina para os segmentos de revenda e distribuição de combustíveis, além do frete, caíram de 17,8% para 14,8% – conforme dado de abril deste ano.
Para tentar acabar com as manifestações, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou na noite de quarta-feira a redução de 10% no preço do dieselnas refinarias e disse que a redução será mantida por 15 dias. Em nota, a estatal informou que o novo preço entrarará em vigor nesta quinta-feira nas refinarias e terminais.
Segundo Parente, a redução anunciada significa uma queda de 23 centavos no preço do litro nas refinarias e de 25 centavos para os consumidores. Parente deixou claro que a decisão sobre o diesel não abre margem para que o preço da gasolina também caia.
“É uma medida de caráter excepcional. Não representa uma mudança de política de preço da empresa”, afirmou o presidente da estatal durante entrevista coletiva. “São 15 dias para que o governo converse com os caminheiros”, acrescentou.
Ainda segundo o presidente da petroleira, a empresa não cedeu a pressões de movimentos sociais ou mesmo do governo federal. Parente classificou a medida como sendo um gesto de “boa vontade” da empresa.
“Não tivemos pressões do governo ou de movimentos sociais. Estamos fazendo uma avaliação realista da situação do país”, explicou.
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