Julho segue tendência de queda nos homicídios no RS

Indicadores de violência contra mulher cresceram no mês, apesar de queda no número global do ano


Número de homicídios caiu no RS em julho, conforme a SSP | Foto: Fabiano do Amaral

O mês de julho teve o menor número de homicídios no Rio Grande do Sul dos últimos nove anos, se comparado com igual período, de acordo com o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior. O monitoramento da Secretaria da Segurança Pública (SSP) mostrou que o número de vítimas de homicídios no Estado caiu de 171 no ano passado para 139 neste ano (-18,7%). 

Ranolfo apontou os dados acumulados desde janeiro e disse que embora tenha havido 1.109 assassinatos, 326 vidas foram salvas em relação às 1.435 perdidas no mesmo período de 2018 – uma diminuição de 22,7%.

Para o governador do Estado, Eduardo Leite, a série histórica de redução dos índices mostram a importância do trabalho integrado. “Tivemos mais de 20% de redução dos homicídios, em Porto Alegre tivemos redução de 40% nos latrocínios. São números positivos, embora não nos deixem absolutamente satisfeitos, nos mostram que estamos no bom caminho”, destacou. 

Os dados apresentados mostram ainda que os roubos com morte tiveram queda de 32,8% na soma dos sete meses de 2019, com 39 casos contra os 58 de igual intervalo no ano passado, em retração ao menor número desde 2009, quando houve 33 latrocínios. Na observação isolada de julho, a baixa atinge 42,9% – de sete ocorrências em 2018 para quatro neste ano.

RS Seguro

Outro destaque é a leitura dos resultados nos 18 municípios priorizados pelo programa transversal e estruturante RS Seguro. Os dados mostram que esse conjunto de cidades foi responsável por nove em cada 10 das vidas preservadas no Estado entre janeiro e julho de 2019, na comparação com o total de homicídios em igual período do ano passado. O número de assassinatos nesses municípios caiu 31,9%, de 955 para 650. 

Em Porto Alegre, que também integra o grupo, o início do segundo semestre manteve o padrão dos primeiros seis meses do ano, com os menores índices criminais da década. Na comparação dos acumulados entre o primeiro e o sétimo mês de 2018 e de 2019, o número de latrocínios caiu pela metade, de oito para quatro (-50%), e a soma de homicídios reduziu de 357 para 200 (-44%). Tanto nos assassinatos quanto nos roubos com morte, os números atuais são os mais baixos desde 2010. Na observação isolada de julho, a Capital teve 10 mortes a menos do que no mesmo mês do ano passado (de 34 para 24) e nenhum latrocínio ocorreu

Conforme Leite, os dados positivos significam a promoção da integração entre as forças de segurança, dos estados e municípios, com foco territorial, que mostram um acerto de estratégia. Os 18 municípios que integram o grupo de gestão concentram 70% dos indicadores criminais gaúchos. O secretário de Segurança Pública disse que tem evidências científicas de que o governo está no caminho correto, principalmente pelo Estado ter os melhores números da década nos primeiros sete meses do ano. “Estamos muito longe do que queremos chegar. Foram mais de 1.100 homicídios em sete meses no Estado, melhor dos 1.700 que tivemos em 2017”, citou.

Crimes contra a mulher

Com relação aos crimes contra a mulher, a SSP registrou, pelo segundo mês consecutivo, alta no número de casos tanto de estupro quanto de feminicídios consumados. O primeiro crime passou de 107 em junho para 111, enquanto o segundo subiu de nove para 15 ocorrências no mês passado. A quantidade de feminicídios tentados manteve-se perto da estabilidade, com 23 em junho e 22 em julho. 

Ainda assim, na comparação com 2018, os dados estão reduzindo, segundo a SSP. Entre janeiro e julho de 2019, houve 58 feminicídios ante 63 do mesmo intervalo no ano passado. No mesmo parâmetro, as tentativas de feminicídio caíram de 227 para 206, pontuou a pasta.

Outros dois índices apurados pela SSP, ameaças e lesão corporais, caíram e tiveram em julho o menor número de registros para um único mês. A quantidade de ameaças em julho, 2.533, consolidou tendência de queda iniciada em março, quando foram 3.428 casos. As lesões denunciadas em julho, 1.345, representam queda de 35,4% com relação a janeiro. 

Fonte: Correio do Povo

*Com informações da repórter Franceli Stefani