O plantio do trigo foi encerrado nesta semana e atinge uma área inicialmente estimada de 739,4 mil hectares. A maioria das lavouras está na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento do colmo) e 3% estão em floração. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (08/08), na Regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, que engloba os Coredes Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial e que é responsável por 30% da área de trigo do Estado, a cultura se desenvolve de forma satisfatória, em função das temperaturas mais baixas, alta luminosidade e umidade do solo ideal. Em geral as plantas apresentam um grande número de perfilhos, bom enraizamento e estatura de acordo com a fase de desenvolvimento. As plantas apresentam folhas de coloração verde intensa.
Na segunda maior produtora de trigo do Estado, regional de Santa Rosa, que compreende os Coredes Fronteira Noroeste e Missões, responsável por 27% da área de trigo, as lavouras se recuperaram das chuvas da semana anterior e foi possível concluir a adubação em cobertura. Além disso, o frio impediu a proliferação de lagartas, e o tempo seco permitiu que os produtores realizassem o controle destas em lavouras atacadas no início do desenvolvimento da cultura do trigo.
Para esta safra, a estimativa de plantio de canola é de 32,7 mil hectares, com rendimento médio de 1.258 quilos por hectare. Das lavouras do Estado, 35% delas se encontram na fase de desenvolvimento vegetativo, 44% em floração e 21% na fase de enchimento do grão. As regiões da Emater/RS-Ascar principais produtoras dessa oleaginosa são Santa Rosa, Ijuí, Santa Maria e Bagé. Na regional de Santa Rosa (34,2% da área do Estado), por exemplo, que engloba os Coredes Missões e Fronteira Noroeste, 7% da área plantada com canola encontra-se em desenvolvimento vegetativo, 50% em floração e 43% enchimento do grão. A ocorrência de geadas no final de julho e início de agosto em algumas lavouras em plena floração provocou danos na produtividade, levando alguns produtores a encaminharem a solicitação de amparo do Proagro.
A área implantada com a cultura da cevada no RS é de 42,4 mil hectares, com rendimento médio de 2.073 quilos por hectare. Em 99% das lavouras plantadas com cevada no Estado, a fase é de desenvolvimento vegetativo e 1% está em floração. Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí (22,4% da área do Estado), a cultura apresenta bom desenvolvimento, com elevado número de perfilhos e baixa incidência de doenças.
A área estimada com o plantio de aveia branca para grão é de 299,86 mil hectares, com produtividade esperada de 2.006 mil hectares. No Estado, 63% das lavouras encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo, 27% em floração e 10% na fase de enchimento do grão. Na regional de Ijuí (com 37% da área cultivada no RS), 60% da área cultivada encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo, 30% em floração e 10% da área apresentam lavouras na fase de enchimento do grão. Neste ano, identifica-se uma grande variabilidade em relação ao desenvolvimento nas lavouras do Estado. As áreas implantadas no início do período, indicado pelo zoneamento, apresentam maiores danos ocasionados pelas geadas. Nestas áreas, observa-se maior rebrote das plantas, conferindo maior variação de potencial produtivo. As lavouras não afetadas pelas geadas continuam com bom desenvolvimento e alto potencial produtivo.
OLERÍCOLAS E FRUTÍCOLAS
Cebola – Na região Nordeste, o plantio e transplante foram concluídos, com aumento de área cultivada em cerca de 180 hectares. Algumas lavouras que estavam em germinação foram afetadas pelas fortes geadas e apresentam stand reduzido. Na região Sul do RS, produtores conseguiram avançar na atividade de transplante de mudas na semana, totalizando 35% da área.
Na região da Serra e dos Campos de Cima da Serra, a atividade no preparo dos canteiros e no transplantio das mudas de cebola está no auge, estendendo-se até o início de setembro. Mudas apresentam ótima sanidade, bom vigor e sistema radicular bem sadio e desenvolvido. Deverão ser cultivados nessas regiões 1.500 hectares. O transplantio de algumas áreas de semeadura direta é efetivado manualmente pelos integrantes da família ou por equipes contratadas. Plantadores terceirizados recebem pelo rendimento do trabalho valores de R$ 0,50/m linear de canteiro transplantado. O custo de um hectare é de aproximados R$ 2.800,00.
Pêssego – Nas regiões da Serra e dos Campos de Cima da Serra, as duas massas de ar frio intenso ocorridas em meados de julho e na primeira semana de agosto foram favoráveis à cultura. Antes dessas ocorrências, muitos pomares apresentavam processo de florescimento e início de brotação, deixando os produtores preocupados com o alto risco de danos à produção, caso ainda ocorressem geadas. O acúmulo de horas de frio é positivo para a uniformidade e o vigor do florescimento e para brotação.
Citros – Na região do Vale do Rio Pardo, estão em colheita as bergamotas Ponkan e Montenegrina. As geadas generalizadas e intensas que ocorreram no início do mês afetaram a qualidade da Ponkan e das comuns, principalmente em locais mais frios. Citros estão em brotação. No Alto Uruguai, tanto a antecipação da colheita de laranja Valência quanto os preços de comercialização para a indústria são considerados baixos, de R$ 230,00 a 270,00/T., na propriedade; essa cotação preocupa os produtores, que reveem a intenção de novas implantações de pomares. As bergamotas estão em fase de maturação, com expectativa de boa produção.
CRIAÇÕES
BOVINOCULTURA DE LEITE – A condição corporal do rebanho é satisfatória, e a atenção dos produtores é direcionada para que não ocorra perda de escore das matrizes. As temperaturas baixas demandam maiores cuidados na alimentação dos animais, com aumento dos componentes energéticos da dieta e maior fornecimento de silagem. O consumo de ração é uma alternativa muito utilizada, porém, de maior custo. O momento é de otimizar o uso das pastagens cultivadas através da troca constante de piquetes.
Com relação à qualidade do leite, apenas parte dos produtores está conseguindo atender às instruções normativas 76 e 77 do Mapa em relação à contagem de células somáticas – CCS. Um problema recorrente se refere à qualidade da água utilizada na higienização dos equipamentos de ordenha, que em geral não é clorada. Nas regiões de Pelotas e Santa Rosa, as equipes técnicas da Emater/RS-Ascar têm realizado reuniões técnicas e dias de campo sobre os impactos da implantação destas normativas na atividade leiteira e as orientações técnicas de como se adequar às exigências de qualidade estabelecidas. Também tem sido debatida a nova tabela de preços a ser adotada para pagamento do leite, cujos critérios serão quantidade e qualidade do produto.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
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