Uso de máscara em reuniões familiares deve ser mantido

Confraternizações apresentam potencial de risco, já que muitos acabam relaxando, mas risco de transmissão da Covid ainda existe

Infectologista explica que, mesmo após a imunização completa, ainda é preciso utilizar máscaras | Foto: Pixabay / CP

Com o avanço da vacinação no Brasil, diversas pessoas voltaram a se reunir com familiares para confraternizações, e o uso de máscara nessas ocasiões vem sendo, muitas vezes, negligenciado. A infectologista Andyane Tetila explica que, mesmo após a imunização completa, ainda é preciso utilizar máscaras, pois o imunizante tem papel de redução dos efeitos causados pelo vírus, e não de proteção contra novas infecções. 

“As máscaras ainda são necessárias, mesmo após a imunização completa, em decorrência de que as vacinas não possuem o objetivo direto de proteção contra novas infecções, e sim, de redução de risco de evolução para uma doença com gravidade, que inclui redução de internações e consequentemente, óbitos”, diz a infectologista. 

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), do governo dos Estados Unidos, as recomendações para reuniões familiares são de evitar grande quantidade de pessoas em locais fechados, usar máscaras, manter distanciamento social e dar preferência para confraternizações virtuais. Andyane lembra que as medidas de proteção contra o coronavírus não se alteram em reuniões familiares, nessa fase da pandemia, devendo-se evitar demonstrações físicas de afeto, como abraços, cumprimentos e beijos. 

“Nas reuniões sociais, ou familiares, os mesmos protocolos de prevenção de transmissão do vírus devem ser mantidos: utilização das máscaras respiratórias enquanto não estiver alimentando-se, manutenção do distanciamento entre as pessoas de diferentes núcleos familiares, e a higienização das mãos”, explica Andyane. “Os cumprimentos, abraços e beijos, que tanto temos costume de praticar nestes encontros, infelizmente precisam ainda ser evitados. O vírus permanece em circulação em nosso país, mantendo o risco de infecção e ocorrência de casos sintomáticos”, completa. 

Para quem ainda recebeu apenas uma dose do imunizante, Andyane lembra que o cuidado deve ser ainda maior, pois a proteção ainda não está completa.“Os estudos de aprovação das vacinas mostraram a necessidade de duas doses para a maioria delas, aumentando assim, a efetividade e a porcentagem de proteção contra a ocorrência de casos com gravidade”, esclarece. 

No caso dos idosos, Andyane explica que, mesmo com a imunização completa, devem seguir os protocolos de proteção, evitando, por exemplo, pegar os netos no colo, pois as crianças podem ser portadoras e potenciais transmissoras do vírus. “Quanto aos idosos, mesmo com a imunização completa realizada, deve sim permanecer sob os mesmos cuidados de proteção. As crianças, assim como os adultos, podem estar com infecção sem sintomas, carregando o vírus e transmitindo com facilidade”, explica. 

Para Andyane, o fim do uso de máscaras só deve ocorrer quando, pelo menos, 80% da população acima de 18 anos estiver com a imunização completa, o que, segundo o ministro da Saúde Marcelo Queiroga, deve ocorrer a partir de dezembro. Até lá, deve-se utilizar a proteção, para dificultar a circulação do vírus e de suas variantes, que podem diminuir a eficácia das vacinas.

“A ocorrência elevada de casos de infecção, mesmo que assintomáticas ou leves, faz com que o vírus apresente mais e mais mutações, o que acarreta a chance de surgimento de novas variantes. E, caso isso ocorra, as vacinas disponíveis ficam submetidas ao risco da possibilidade de menor eficácia, o que seria um grande desastre para a população”, finaliza a infectologista.

Fonte: Correio do Povo