Ação foi deflagrada na noite desta quarta-feira pela PRF, PF e Ministério do Trabalho e Emprego
Um homem de 45 anos, natural de Valente (BA), foi preso pela polícia na operação que resgatou, na noite desta quarta-feira (23), trabalhadores que viviam em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves. A ação foi deflagrada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) agentes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O homem, que não teve a identidade divulgada, foi encaminhado ao presídio de Bento. Segundo o delegado da Polícia Federal Claudino de Oliveira, o preso era o responsável pelas contratações dos homens que trabalhavam na colheita da uva no município e que foram resgatados na noite de quarta. O alojamento onde os trabalhadores estavam, uma pousada na Rua Fortunato João Rizzardo, no bairro Borgo, também seria, segundo Oliveira, do homem preso. O local foi interditado por apresentar problemas de segurança em instalações elétricas, superlotação e questões de higiene.
Na manhã desta quinta-feira (23), o MTE seguem colhendo depoimentos de trabalhadores. Segundo o gerente regional do MTE, Vanius Corte, ainda na noite de quarta houve o resgate de 180 trabalhadores baianos. Ainda de acordo com Corte, a prefeitura de Bento está organizando um espaço para alojar, momentaneamente, os trabalhadores que foram resgatados. Eles devem ser encaminhados na tarde desta quinta ao Ginásio Municipal Darcy Pozza. Segundo o MTE, o órgão vai buscar o ressarcimento pela empresa do homem preso dos valores referentes aos salários e verbas rescisórias devidas aos trabalhadores para depois encaminhar o retorno dos resgatados às suas cidades de origem.
O caso foi denunciado por um grupo que conseguiu fugir do suposto esquema e procurar a PRF em Porto Alegre. Eles relataram aos policiais que foram cooptados por aliciadores de mão de obra, conhecidos como gatos, na Bahia e trazidos para a Serra para atuarem para uma empresa que presta serviços a uma vinícola. Denunciaram que representantes da empresa ofereciam a eles comida estragada e contaram que supostamente só podiam comprar produtos em um mercadinho em frente à Igreja Nossa Senhora do Carmo, com preços superfaturados e que o valor gasto era descontado no salário, então, os trabalhadores acabavam o mês devendo, pois o consumo superava o valor da remuneração. Disseram ainda que eram impedidos de sair do local e que, se quisessem sair teriam que pagar a suposta “dívida”. Além disso, os empregadores ameaçariam os familiares, que vivem no Estado nordestino.
Fonte: gauchazh.clicrbs.com.br
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