Servidores da SSP-RS tentaram apagar fogo com extintores, mas não conseguiram, afirma polícia

Foto: Reprodução/RBS TV

Agentes penitenciários trabalhavam no 4º andar do prédio, onde o incêndio teria começado. Ao todo, seis testemunhas já prestaram depoimento à Polícia Civil. Inquérito deve se basear nos relatos e na perícia.

Duas pessoas prestaram depoimento, nesta sexta-feira (16), no inquérito da Polícia Civil que apura o incêndio na sede da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS), na noite de quarta (14).

Ao todo, seis testemunhas já relataram o que houve à investigação. Os primeiros depoimentos foram colhidos na quinta (15).

Segundo a chefe da Polícia Civil do RS, delegada Nadine Anflor, os agentes penitenciários que trabalhavam no quarto andar tentaram apagar o fogo iniciado no teto com extintores de incêndio. No entanto, os servidores não conseguiram conter as chamas e evacuaram o setor.

“A primeira atitude foi tentar apagar o fogo com a utilização de um extintor. Não obtendo êxito, eles imediatamente evacuaram pela saída de emergência, que é, justamente, aquela parte que a gente observa nas imagens, as duas colunas que hoje ainda se encontram inteiras. São onde existem a porta corta-fogo e as escadarias”, conta.

Uma das testemunhas, relata a chefe de polícia, tentou retornar ao prédio para recolher pertences pessoais, mas não conseguiu, uma vez que as chamas se alastraram rapidamente.

No depoimento, os servidores disseram que passaram por um treinamento do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) nas últimas três semanas, de acordo com a delegada. A atividade se deu em função do Plano de Proteção e Prevenção Contra Incêndios (PPCI), cujo projeto, aprovado em junho de 2018, estava em execução há dois meses.

A Polícia Civil diz não ter relatos de que o incêndio foi criminoso. A investigação ainda não sabe o que motivou o início das chamas. O inquérito não tem prazo para ser finalizado.

“Talvez seja precipitado informar o prazo desta investigação. Porque, neste momento, embora, paralelamente, esteja acontecendo o inquérito policial, o foco mesmo é o Corpo de Bombeiros, que está lá no local”, afirma Nadine.

Após as operações de buscas pelos dois bombeiros desaparecidos no local, os agentes do CBM que fizeram o primeiro atendimento da ocorrência serão ouvidos no inquérito, aponta a chefe de polícia.

Perícia

Além dos depoimentos das testemunhas, a análise do Instituto-Geral de Perícias (IGP) irá consolidar as conclusões do inquérito. Peritos da Seção de Incêndios do Departamento de Criminalística do IGP participaram das oitivas nas quais os servidores foram ouvidos pela Polícia Civil.

O local ainda está sob custódia do CBM. A perícia na parte interna só será realizada quando não houver riscos de desabamento, após a operação de resgate dos bombeiros, explica a diretora-geral do órgão, Heloisa Kuser.

“É importante a segurança dos profissionais. Sendo encontrados os bombeiros, sendo feito o rescaldo, ainda é avaliado o risco de desabamento. Porque os nossos servidores vão, quando entrarem no local, pisotear, caminhar, se descolar. Tem que cuidar para que não haja um risco”, diz.

Nesta sexta, peritos criminais utilizaram drones para fazer imagens das ruínas do prédio da SSP-RS. O material será utilizado para identificar as partes mais danificadas pelo fogo e compreender a dinâmica do desabamento.

Fonte: https://g1.globo.com/