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Sem chuva e com calor extremo, agricultura familiar enfrenta prejuízos

Produtores da Região Celeiro, no norte do Estado, contabilizam perdas na lavoura de soja, dificuldades com olerícolas e aumento dos custos de produção do leite

Falta e irregularidade das chuvas ocorridas no Estado desde meados de dezembro afeta principalmente a cultura da soja | Foto: Emater / RS / Divulgação / CP Memória

Produtores vinculados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS) relataram, à entidade, perdas decorrentes da estiagem e das altas temperaturas que atingem o Estado. Os depoimentos são oriundos principalmente da Região Celeiro, no norte do Estado.

Embora somente um (Esperança do Sul) dos 21 municípios da região conste da relação de 23 localidades que decretaram situação de emergência em razão da escassez hídrica, o impacto sobre a atividade rural é notável.

“A redução de umidade no solo, excesso de calor e a ausência de chuvas prejudicaram a semeadura e o desenvolvimento de diversas culturas, entre elas, a soja. Segundo os produtores, há necessidade de replantio em até 20% das áreas em algumas propriedades e de perdas de até 30% na produção”, diz o texto distribuído pela Fetraf-RS.

De acordo com a entidade, a ocorrência de chuvas nos próximos dias poderá fazer com que as lavouras se recuperem.

A exemplo do que ocorre em Porto Alegre, os agricultores informam dificuldades com cultivos mais sensíveis a temperaturas extremas, como a olericultura. A baixa umidade do ar contribui para diminuir a incidência de doenças, mas, em contrapartida, favorece o ataque de ácaro e tripes. Os relatos, conforme Fetraf-RS, são provenientes de vários empreendedores.

No município de Humaitá, por exemplo, Vilson Schneider estima entre 50% e 60% a perda na soja. Desde o dia 25 de dezembro, o volume acumulado de chuvas na propriedade foi apenas de 15 milímetros.

Em Tiradentes do Sul, o produtor de leite Jovani da Silveira afirma que o calor excessivo provocou diminuição da produção de leite e aumento de custo de até 30%. Com menor oferta de pastagem, aumenta a necessidade de fornecimento de milho seco, farelo de soja, de trigo e de silagem aos animais. No mesmo município, Jair Mayer destaca a preocupação com a escassez de água potável na comunidade.

“O estado enfrentou quatro anos consecutivos de estiagens que, somadas às enchentes, resultaram em perdas econômicas e sociais significativas para os agricultores familiares. Uma nova perda produtiva agrava a situação dos agricultores, podendo ampliar o endividamento e levar muitos à desistência”, avalia Douglas Cenci, coordenador geral da Fetraf-RS.

Fonte: www.correiodopovo.com.br

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