Secretaria da Agricultura investiga carrapatos multirresistentes no Rio Grande do Sul

Foto: Manuela Bergamim / Embrapa Pecuária Sul / CP Memória

Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) anunciou, nesta terça-feira (14), que iniciará um estudo para investigar os carrapatos bovinos multirresistentes presentes no Estado. Os parasitas que resistem ao tratamento com um ou mais químicos serão estudados tanto em relação aos níveis de resistência, quanto à disposição geográfica pelo Estado. Em nota, a secretaria afirma que, das 1.500 propriedades rurais escolhidas aleatoriamente, ao menos 302 em 120 municípios diferentes vão ser visitadas pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO). As coletas devem ocorrer até setembro deste ano, já a análise deve se estender até março de 2024.

De acordo com o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Secretaria, Fernando Groff, o levantamento ampliará a área de monitoramento e abrangência da Seapi com relação ao tema, conferindo maior assertividade no controle dos parasitas no Estado. À medida que as visitas forem sendo realizadas, os proprietários visitados  receberão, gratuitamente, um relatório sobre a resistência dos carrapatos encontrados em suas propriedades.

Segundo a médica veterinária e coordenadora do Serviço de Doenças Parasitárias da Seapi, Nathalia Bidone, o produtor a ser visitado pelo serviço veterinário será previamente avisado e precisa manter seus animais sem tratamento com carrapaticidas até a visita, para não interferir nos resultados. Segundo o laboratório de parasitologia do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor (CEPVDF), Piretróides, ivermectinas, amitraz e fipronil são os químicos que têm maior incidência de resistência.

Ainda de acordo com a Secretaria, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estima que os carrapatos e as doenças causadas por eles provocam prejuízo de mais de R$450 milhões por ano à pecuária gaúcha. Apenas a infestação pode causar perda de peso do gado, mas também outras doenças como a Tristeza Parasitária Bovina (Anaplasmose e Babesiose), por exemplo.

O estudo é uma parceria do CEPVDF do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), com o Serviço de Doenças Parasitárias (SDP) do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA).

Fonte: correiodopovo.com.br