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Produção de mel sofre queda no Rio Grande do Sul

Redução da oferta e também da demanda acabou prejudicando os preços

Com a colheita do mel da florada de outono praticamente concluída no Estado, a Federação Apícola do Rio Grande do Sul (Fargs) estima uma quebra expressiva na safra, de até 60%. O presidente da entidade, Anselmo Kuhn, diz que as condições climáticas e casos de morte e enfraquecimento das colmeias estão entre as principais causas do resultado. Desta forma, a Fargs acredita que dificilmente os apicultores gaúchos conseguirão repetir neste ano o volume total de 2018, estimado em 8,5 mil toneladas (soma das colheitas de outono e primavera).

Segundo Kuhn, o clima neste ano, com muitos dias nublados e instáveis, prejudicou a produção. “Em algumas regiões, as condições até foram mais favoráveis, mas de forma geral o tempo não ajudou muito”, analisa. No entanto, para ele, o ponto que preocupa é o que está relacionado aos agrotóxicos no campo. Kuhn diz que em muitas regiões os casos de morte de abelhas e o enfraquecimento das colmeias estão associados à aplicação dos dessecantes e inseticidas nas lavouras. O dirigente relata que identificou-se mortandade maior de abelhas, nos últimos meses, principalmente nas regiões de Mata, Cruz Alta, Panambi, Ijuí, Santiago, São Gabriel, Bagé e Sant’Ana do Livramento. E diz que também há casos pontuais, nas regiões de Santa Cruz do Sul, Vacaria e Cambará do Sul. 

Preços

Mesmo com a safra menor, Kuhn constata que os preços não se valorizaram e a comercialização não ficou aquecida. No mercado interno, o valor do quilo do mel mantém-se na casa dos R$ 20,00 para o consumidor final, preço que é remunerador, de acordo com o dirigente. Já, para o produto destinado à exportação a cotação gira em torno dos R$ 6,00 metade dos R$ 12.00 registrados no outono passado. “Os mercados importadores estão bastante retraídos”, observa Kuhn. Estados Unidos e Europa são os maiores compradores. 

Na região de Bagé, o assistente técnico regional da Emater, Fábio Eduardo Schlick, confirma que também tem notado baixa liquidez e que os valores não estão favorecendo a comercialização. “O mercado está desaquecido. O consumo de mel está baixo. Talvez com a entrada dos dias mais frio, melhore”, projeta. Schlick, no entanto, destaca que a produção na região foi boa, por conta de dias mais secos e temperaturas amenas.

Já em Maçambará, o agrônomo e extensionista rural do escritório municipal da Emater, Leonardo de Oliveira Carneiro, notou que a quantidade de chuvas prejudicou a saída das abelhas para forragear. “Projetamos uma quebra de cerca de 20% no município”, diz Carneiro. Maçambará colheu 5 toneladas na soma das últimas duas safras (outono e primavera).

Em Santana do Livramento, o integrante da Associação Santanense de Apicultores, Sipriano César Silva Pires, diz que houve no início do ano relatos de perda de colmeias, principalmente aquelas instaladas próximas às lavouras de soja e arroz. Acrescenta ainda que há um descontentamento em relação aos preços do mercado internacional. “As exportações estão paradas e o preço despencou”.

Fonte: www.correiodopovo.com.br

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