Pesquisadores do Instituto do Cérebro do RS avaliam o estresse do coronavírus nos brasileiros

Foto: Bruno Todeschini/PUCRS

Questionário desenvolvido por professores de diversas áreas da PUCRS está disponível na internet até dezembro. Ideia é entender os efeitos na população durante e depois da pandemia

Um grupo de pesquisadores de diversas áreas, vinculados ao Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS),criou uma pesquisa para medir o impacto da Covid-19 no estresse e na saúde mental da população brasileira.

O estudo, que tenta entender os efeitos na população durante e depois da pandemia, apresenta questões sobre estresse, trauma e percepção de risco. O questionário é anônimo e está disponível na internet até dezembro. Participam pesquisadores das áreas de informática, medicina e psicologia.

Para o psiquiatra e professor da universidade Rodrigo Grassi, o estresse é uma resposta que os seres vivos têm diante de uma ameça. Uma reação adaptativa de sobrevivência para enfrentar possíveis ameaças.

“Quando surge a pandemia, que escalou em uma velocidade muito rápida, a sociedade inteira entra em estado de ameaça. Mas é um inimigo invisível, ela passa a ficar em alerta, sabe que existe o perigo, mas não sabe onde. E o sistema de estresse fica ativado, mas não sabe para onde apontar. E o estado de alerta quando prolongado, passa a ter um custo para o organismo, não somos programados para ficar em alerta por muito tempo.”

A pesquisa busca entender como estão as reações da população e a adaptação neste novo contexto.

“Criamos, de forma interativa, perguntas a respeito desse processo de adaptação a uma situação estressante, que é a pandemia. Quando a situação fica estressante demais e começamos a sentir um excesso desses processos adaptativos, a gente considera isso traumático. Um dos objetivos, além de mapear o estresse que a pandemia está provocando na população brasileira, nós queremos saber quais são as pessoas que efetivamente estão interpretando isso de forma traumática”, afirma o professor.

São avaliados sintomas de ansiedade e depressão. Apesar da pesquisa não oferecer um diagnóstico, ela dá alertas às pessoas de acordo com as respostas.

“Ela dá indicativos àqueles que porventura manifestem uma quantidade suficientes de sintomas que colocam essa pessoa em um grupo de risco, que pode estar adoecendo”, destaca Grassi.

Fonte: https://g1.globo.com/