Estudo mostra que 14,4% dos moradores da capital revelaram consumir a bebida com frequência. Endocrinologista alerta que refrigerante é um dos principais fatores para obesidade.
Porto Alegre é a capital que mais toma refrigerante no Brasil: 14,4% dos porto-alegrenses revelaram consumir a bebida pelo menos cinco vezes por semana, conforme dados levantados pela pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada no ano passado e divulgada nesta sexta-feira (26), pelo Ministério da Saúde.
O consumo é um dos fatores por trás de outro dado alarmante para a saúde do Brasil: 19,8%, o maior índice nos últimos 13 anos, de acordo com outra pesquisa. O endocrinologista Thiago Schuch lembra que a bebida não traz nenhum benefício e deve ser evitada. “Não existe nenhuma recomendação que a gente deveria tomar qualquer quantidade de refrigerante na nossa dieta”, observa. “Não é um título que os porto-alegrenses devem se orgulhar”, completa.
As grandes quantidades de açúcar que a bebida tem é uma das principais razões. “Houve um crescimento de mais de 60% de pessoas com excesso de peso no Brasil nos últimos 12 anos. E um dos grandes responsáveis por isso é o aumento progressivo do consumo de refrigerante”, alerta.
Schuch também salienta que o refrigerante pode levar a um excesso de consumo de sal, que por sua vez acarreta em hipertensão ou aumento de risco de doenças cardíacas. A perda de cálcio através dos rins pode levar a osteoporose e aumento de fraturas, lembra o médico.
“A recomendação que se pode traçar é que não deveríamos tomar refri de forma alguma, ou que pelo menos esse consumo seja muito eventual”, aconselha.
Afastar o hábito ainda durante a infância é fundamental para evitar que a pessoa acabe consumindo muito refrigerante. “Talvez a gente não consiga evitar que a criança seja exposta ao consumo de refri, mas a recomendação que pode ser feita pros pais é que não tenha esse tipo de bebida disponível e que de maneira nenhuma se estimule que a criança desenvolva um gosto, paladar pro consumo de refri”, lembra.
Optar pela versão sem açúcar também não é uma boa ideia. “O refrigerante zero mascara um pouco o impacto que o excesso de bebidas artificiais podem trazer. Tirando a não adição do açúcar, ainda teria o excesso de sódio e o excesso de fósforo”, aponta.
Dos consumidores mais frequentes da bebida, 29% são homens e 18,1%, são mulheres. “Às vezes, tô de bobeira e tomo um refri. Principalmente no verão, mas eu tomo até no inverno”, declara o músico Jefferson Lemos.
O filho Tauan também mantém o mesmo hábito. “Eu como uma bolachinha, algum lanche ou sanduíche, aí tem que acompanhar o refrigerante”, diz.
O mesmo estudo mostrou outra posição incômoda para os porto-alegrenses: é a capital com mais fumantes do Brasil, com 14,4% da população, dado que já havia sido adiantado pelo Ministério da Saúde no Dia Mundial sem Tabaco.
Fonte: g1.globo.com
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