Norte e Serra do RS concentram maiores perdas com a seca, aponta levantamento da Emater

Áreas rurais de São Gabriel precisaram ser abastecidas com auxílio de caminhões-pipa — Foto: Prefeitura de São Gabriel / Divulgação

A situação de emergência devido à seca já foi decretada em 28 cidades do Rio Grande do Sul, conforme boletim divulgado na tarde desta sexta-feira (10) pela Defesa Civil estadual. Em relação a quinta (9), foram 12 novos decretos. Em todo o estado, a Secretaria da Agricultura diz que esta é a estiagem mais severa desde 2012.

Outros sete municípios, que já tiveram a emergência decretada, fizeram o registro no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, do governo federal. Após essa etapa, eles podem ter o decreto homologado pelo governo estadual e reconhecido pela União.

A estimativa é corroborada pelo Ministério da Agricultura. Segundo o órgão, 5 mil agricultores gaúchos já acionaram o seguro por perdas com a seca.

“No milho, a situação é de sinal vermelho. Na soja, nós estamos em sinal amarelo, de alerta, e com dificuldades em diversas outras culturas, com prejuízos efetivos já”, diz o diretor técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Alencar Rugeri.

Em levantamento preliminar, a Emater estima que as perdas na agropecuária em função do calor excessivo e falta de chuvas se distribui da seguinte forma:

  • 30% nas regiões de Pelotas, Porto Alegre e Caxias do Sul;
  • 32% na região de Ijuí;
  • 26% na de Lajeado;
  • 25% nas regiões de Soledade e Santa Maria;
  • 20% na de Bagé.

O milho para silagem também apresenta perdas significativas:

  • 65% na região de Caxias do Sul;
  • 40% na de Soledade;
  • 30% na de Porto Alegre;
  • 27% na de Lajeado.

Outra cultura de verão bastante afetada é a do feijão, com perdas de 30% nas regiões de Porto Alegre e Soledade e de 20% na região de Caxias do Sul. Já a soja apresentou menores perdas em relação aos outros grãos da safra de verão:

  • 20% na região de Soledade;
  • 16% na de Lajeado;
  • 10% nas regiões de Porto Alegre e Frederico Westphalen.

“A estiagem é desuniforme e ainda está em curso, os dados mudam rapidamente. O caráter regionalizado e fases de cada cultura também influenciam na consequência da estiagem e no percentual das perdas”, acrescenta Rugeri.

Fonte: g1.globo.com