Empreendimentos locais buscam maneiras de manter o funcionamento durante o período de pandemia
Já falamos sobre como o consumo muda em períodos de pânico. A previsão é que nos próximos tempos as pessoas invistam seus recursos em medicamentos, materiais de higiene e alimentação e que o comércio de itens considerados não essenciais diminua consideravelmente. Apesar disso, os momentos de incerteza não representam apenas problemas. Muitos negócios estão buscando novas maneiras de atender os seus clientes e auxiliar na prevenção contra o coronavírus driblando uma possível crise.
Compras online e entrega a domicílio tem sido as opções de grande parte dos empresários. Além de seguir as recomendações de higiene, o restaurante Amada Cozinha, de Caxias do Sul, adotou o sistema do aplicativo de delivery iFood para continuar funcionando nas próximas semanas – o que não acontecia até então. Essa medida ajuda a evitar aglomerações e auxilia famílias que passarão o tempo em casa trabalhando. “As saídas, jantares e almoços de grupos vão ser adiadas. Esta situação é nova, inesperada e ninguém estava preparado para enfrentar. Vamos fazer o nosso melhor, com criatividade e sem alarmismos”, conta Carolina Dal Pont, que comanda o restaurante ao lado de sua mãe, Maria Beatriz.
A prefeitura de Porto Alegre decretou na terça-feira, 17, emergência de saúde pública. Por isso, dentro de shoppings centers e centros comerciais só poderão funcionar farmácias, clínicas de saúde, supermercados, restaurantes e áreas de alimentação. Já as lojas de rua, de acordo com o decreto, poderão funcionar porém atendendo apenas 50% da sua capacidade.
Essa decisão já tem ressoado com lojistas. Bia Job, sócia da Aloja de Porto Alegre, conta que seu planejamento para lidar com as medidas de prevenção foi dividido em três frentes. Em um primeiro lugar está a higienização e limpeza da loja seguindo as indicações do Ministério da Saúde. Depois, elas implementaram um sistema de atendimento privado para clientes que desejarem conhecer o espaço da Aloja. Por último, o empreendimento vai oferecer entrega de peças a domicílio a partir de pedidos pelo WhatsApp e manter as vendas online.
O empreendimento comandado por Bia e Heloísa Herve vende peças de vestuário, decoração e acessórios produzidas por autores independentes. Grande parte das marcas disponíveis no acervo da Aloja estão sendo prejudicadas também com o cancelamento de feiras e eventos. “Nossas iniciativas foram criadas pensando também nos autores. Nesse momento é importante apoiar os pequenos produtores”, ela explica.
Já a ótica Centro Óptico, com duas lojas na capital, encontrou uma saída para contemplar seu público. Segundo a proprietária Shanna Kulisz, grande parte dos clientes do empreendimento está na faixa etária mais ameaçada pelo Covid-19. Por isso, a decisão foi disponibilizar uma equipe de consultores para realizar atendimentos a domicílio e confeccionar as lentes com mais segurança. Seja em casa ou nas lojas, a higiene é a principal preocupação. “Eu prefiro neurose em higiene do que negligência. Estamos muito obstinados nisso, fazendo com dedicação mesmo”, explica Shanna.
Pandemia gera espaço para a solidariedade
Outro iniciativa que chamou a atenção em Porto Alegre foi a da marca de cosméticos QOD City. No dia 17 de março, eles anunciaram via Instagram que estavam interrompendo o envasamento de shampoos e condicionadores para envasar álcool gel. Eles se prepararam para produzir um lote de 20 mil frascos que serão vendidos por R$1,99 para empresas interessadas em realizar a doação para comunidades. Porém, menos de 24 horas após o início da campanha o lote inicial foi esgotado. De acordo com o sócio da marca Heitor Morsch na nota publicada, o valor estabelecido é apenas simbólico. “O nosso objetivo ao realizar essa ação é estimular gestos de solidariedade, facilitando o acesso a um item de higiene que se tornou essencial nas últimas semanas”, escreveu.
Fonte: bellamais.correiodopovo.com.b
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