Outros dois elementos também estiveram fortemente associados com maior sofrimento psicológico: busca excessiva por informações e o distanciamento social.

Uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg), no RS, e pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), em SC, mostrou que um dos fatores que mais debilitou, e continua prejudicando, a saúde mental das pessoas, durante a pandemia, é o medo e a preocupação em pegar o coronavírus.
Iniciada em setembro de 2020, a pesquisa se chama “MentalCovid”. O objetivo é analisar o impacto da pandemia na saúde mental da população.
A proposta contempla cinco estudos, aplicados de maneira simultânea. No momento, os pesquisadores divulgaram os primeiros resultados para duas destas pesquisas, voltadas a adultos e idosos da Zona Urbana de Rio Grande (RS) e Criciúma (SC).
De acordo com os pesquisadores, o que se obteve de resultado até o momento é que o pior quadro de saúde mental não está associado à infecção pelo coronavírus. Entre os indivíduos diagnosticados com a doença, não houve nenhuma diferença nos escores de depressão e estresse quando comparados àqueles que não tiveram.
“Para nossa surpresa, observamos uma certa melhora no quadro de saúde mental durante a pandemia. Porém, essa melhora não aconteceu para todos. Para as pessoas mais afetadas pela pandemia, como aquelas com maior medo ou preocupação em adquirir a doença, aquelas que buscavam informação sobre a Covid e aquelas com maior grau de isolamento social, elas tiveram os maiores níveis de estresse, depressão, ideação suicida e tristeza“, afirma um dos coordenadores da pesquisa Samuel de Carvalho Dumith.
“Concluímos que não é a doença em si que tem afetado a saúde mental e, sim, o contexto que a sociedade esta vivenciando com a pandemia”.
Aliado ao medo e à preocupação com o risco de contaminação, existem ainda outros dois elementos, que também estiveram fortemente associados com maior sofrimento psicológico: a busca excessiva por informações (denominado de infodemia) e o distanciamento social.
Os outros três estudos ainda se encontram em andamento. Eles contemplam idosos da Zona Rural, universitários da FURG, e alunos do ensino médio do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS).
Fonte: https://g1.globo.com/
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