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Médicos residentes paralisam atividades por falta de pagamento do Ministério da Saúde

 Foto: Guilherme Almeida

Médicos residentes multiprofissionais realizam, nesta sexta-feira, paralisações junto a diversos hospitais pelo país em razão da falta de pagamento, por parte do Ministério da Saúde, das bolsas-auxílio de R$ 3.656,00 líquidos. Em Porto Alegre, houve mobilização com cartazes em frente ao Hospital de Clínicas (HCPA), reunindo cerca de 50 pessoas. No RS, também paralisaram na sexta os médicos do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Universidade Regional do Noroeste do RS, em conjunto com a Fundação Municipal de Saúde de Santa Rosa (Unijuí/Fumssar), além da Unisinos.

De acordo com eles, o valor referente a outubro não ingressou nas contas até o quinto dia útil do mês, conforme havia sido prometido pelo ministério. A mobilização foi organizada pelo Fórum Nacional de Residentes em Saúde (FNRS) e, no Rio Grande do Sul, pelo Coletivo Gaúcho de Residentes em Saúde (CGRS). “Este problema acontece há anos, não é específico de um governo”, afirma o profissional de Educação Física e representante dos residentes no HCPA, Jonathas Moraes.

Ainda de acordo com eles, no ano passado, houve um período em que o atraso chegou a sete dias, quando ainda havia o pagamento pelo Banco do Brasil. Mesmo depois da troca para três bancos privados, o problema continuou. “A justificativa é que há inconsistências no sistema de compensação, mas não há nenhuma justificativa plausível”, conta a assistente social e residente no Clínicas, Aléxia Prestes. 

“Isto acaba impactando na assistência direta aos pacientes, mas também na nossa vida. Há muitos de outros estados que mandam recursos para a família e trabalhadores que precisam pagar o aluguel”, comenta ela. Conforme os representantes, a paralisação iniciou após o descumprimento da promessa de que o pagamento seria feito na quinta-feira. Hoje à tarde, o CGRS fará uma reunião online para decidir sobre os rumos do protesto. “Vamos deliberar e aguardar. Caso não caia hoje, na segunda-feira reavaliaremos a situação”, disse Aléxia.

Além da falta de pagamento, os residentes, que atuam junto aos médicos contratados nas instituições de saúde, buscam ainda a retomada da carga horária de trabalho de 44 horas semanais, em vez de 60 horas, como é agora, além de não terem direitos como Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e seguro-desemprego. No entanto, estas pautas estão em discussão em âmbito federal e não foram objeto da manifestação de hoje. “Quem perde é o Sistema Único de Saúde (SUS). A falta da bolsa é mais um ponto que vem se somando a vários que vêm se arrastando por um longo tempo”, relata Moraes. Procurado, o Ministério da Saúde ainda não se manifestou.

Fonte: correiodopovo.com.br

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