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Mãe de Eduarda espera há um ano resposta sobre morte da filha no RS.

Foto: Arquivo pessoal

A morte da menina Eduarda Herrera de Mello completa um ano nesta terça-feira (22), e o crime continua sem respostas. A criança, que tinha 9 anos na época, desapareceu no bairro Rubem Berta, em Porto Alegre, na noite do dia 21 de outubro de 2018. Cerca de 12 horas depois do sumiço, o corpo foi encontrado às margens de uma rodovia em Alvorada.

“A única coisa que eu desejo é justiça, que, pelo menos, esse peso saia de nós porque a morte dela sempre vai deixar um vazio enorme”, conta a mãe da menina, Kendra Camboim Herrera, de 32 anos.

Ao G1, Kendra contou que está angustiada sem saber o que aconteceu e que tenta viver “um dia de cada vez”. “Pelo menos essa criatura sendo descoberta, talvez, até ela [Eduarda] descanse em paz”, acrescenta a mãe.
Eduarda desapareceu da rua onde morava. Naquela noite, ela brincava com outras crianças enquanto a família resolvia, junto com um eletricista, um problema de falta de luz.
“Estávamos nós quatro fazendo churrasco, rindo. Ela grudada no pai dela, do qual era apaixonada e não largava por nada. Éramos tão felizes juntos. O brilho nos olhos deles fazia minha felicidade. Algumas horas depois, estávamos em casa no escuro comendo coxinha à luz de velas. Foi meu último momento com ela”, disse a mãe.

A procura

“Quando me dei conta, faltava um ali. Perguntei ‘cadê a Duda, cadê a Duda?’ Procurei ela no escuro, na casa, nas ruas, fomos na árvore de pitanga que ela adorava ir todos os dias. Ela não estava. Não estava em lugar nenhum. Eu gritava, estava desesperada. ‘Onde ela se enfiou? Será que se escondeu?’ Meu coração parecia que ia sair do peito. Que sensação bem horrível”, relembrou a mãe.
A mãe falou da angústia de não saber onde estava a filha e criticou a forma como o desaparecimento de Eduarda foi tratado.
“As horas foram passando, e ela não aparecia. Havia notícias de várias partes, nada concreto. A polícia demorou a chegar, afinal o pai da criança era fichado, e eles tinham mais com o que se preocupar. Chegavam informações, e eles nem davam bola para o que as pessoas falavam”.
Horas depois, surgiu o que a família considera ser a primeira pista do crime.
“Um motoboy disse que havia um carro vermelho parado na BR-118. Sabe o que a polícia disse quando levamos a informação até eles? Que nada sabiam, que não tinha recebido denúncia nenhuma. Se eles tivessem checado a informação, talvez ela já pudesse estar sem vida, mas talvez o monstro não estaria rindo por aí”.

“Eu me isolei da multidão, e chorei, chorei, chorei, como se naquele momento eu estivesse sentindo que algo tivesse acontecido, mas logo eles quebraram meu choro, querendo entrar na minha casa. É triste é revoltante. É tudo inacreditável”.

A titular da Delegacia de Polícia para Criança e Adolescente Vítimas de Delitos de Porto Alegre, delegada Sabrina Doris Teixeira, explica que as investigações continuam em andamento, sob sigilo, e que as acusações de que houve um tratamento diferente da parte da polícia não procedem.

Um ano depois

A família se mudou para outra casa, no mesmo bairro, depois de tudo o que aconteceu. Além de ter um filho de 7 anos, recentemente, Kendra foi mãe novamente.

“Tive uma bebê, tem dois meses. [O nome dela é] Raphaella. O nome que a Eduarda gostava e que um dia daria para a filha dela”, conta.

O filho mais velho era muito apegado à Eduarda, segundo Kendra. Após ficar um tempo sem frequentar à escola, ele retornou, mas as coisas não são mais do mesmo jeito.
“Ele é na dele, não se abre. Mudou muito”, conta a mãe.

“Quem conheceu sabe como ela era linda, carinhosa. Foi o pior dia da minha vida. Pela vida inteira, metade de mim morreu junto. Hoje faz um ano e nada se sabe, nada se fez. Que mundo cruel, que vida injusta. Que saudade sem fim da minha princesa. Estava tão bom no escuro, porque fomos sair dali?”


Investigação continua

A delegada Sabrina Doris Teixeira esclarece que as equipes ainda trabalham na investigação do caso, que teve sigilo decretado alguns dias após a morte. “Esse caso continua sendo prioridade, porém, ainda não conseguimos elucidá-lo”, afirma.
Por isso, a Polícia evita passar detalhes do que está sendo apurado, possíveis pistas, suspeitas ou linha de investigação. “Qualquer informação mais específica pode atrapalhar as investigações. Continuamos trabalhando incansavelmente para elucidar esse crime hediondo cometido contra uma criança”, acrescenta.
Eduarda desapareceu da rua onde morava. Testemunhas relataram que ela foi raptada por um homem, enquanto brincava no local. Um retrato falado de um suspeito chegou a ser divulgado. Foram checadas cerca de 70 denúncias anônimas, mas sem sucesso.

Fonte: g1.globo.com

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