Inoculantes podem reduzir uso de nitrogênio na adubação do milho

| Foto: Sandra Brito / Embrapa Milho e Sorgo

A inoculação da bactéria Azospirillum brasilense (estirpes Ab-V5 e Ab-V6) em sementes de milho pode reduzir em 25% a adubação nitrogenada de cobertura nas lavouras de milho. A conclusão partiu de pesquisa da Embrapa, considerando a dose de 90 quilos (kg) por hectare de N-fertilizante. “O rendimento de grãos das plantas inoculadas e com 75% da adubação nitrogenada em cobertura foi igual ao das plantas não inoculadas e que receberam 100% da adubação nitrogenada, o que indica ser possível reduzir a adubação nitrogenada de cobertura em 25%, sem perda de produtividade”, comemora o pesquisador da Embrapa, Marco Antonio Nogueira.

A tecnologia, que será apresentada da Vitrine Tecnológica da Embrapa, durante o Show Rural Coopavel, ainda permite um incremento médio de 3,1% na produtividade de grãos. A exposição, realizada de 6 a 10 de fevereiro, em Cascavel, no Paraná, também servirá de palco para apresentação das vantagens dos inoculantes no cultivo de pastagem. O experimento, que associou microrganismos com propriedades multifuncionais (Azospirillum brasilense e Pseudomonas fluorescens), apresenta resultados com potencial para aumentar, em média, em 22% a produção das pastagens com braquiárias, além de ampliar a absorção de nutrientes pelas plantas. Conforme a pesquisadora da Embrapa Soja, Mariangela Hungria, além de incrementar a produção de biomassa pelas forragens, a inoculação com microrganismos incrementa a absorção de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). 

De acordo com levantamento da Embrapa, aproximadamente 70% das pastagens brasileiras encontram-se em algum estágio de degradação, produzindo abaixo de seu potencial. “Não é, portanto, o momento de diminuir o uso de fertilizantes nas pastagens, mas sim de usar o potencial dos microrganismos para incrementar a eficiência de uso desses fertilizantes”, destaca Nogueira. Como uma grande contribuição dessas bactérias ocorre pela promoção do crescimento das raízes, as plantas absorvem mais água e nutrientes, aproveitando melhor os fertilizantes. “Hoje o Brasil importa, aproximadamente, 85% do N-P-K que consome,  de modo que o aumento na eficiência de uso dos fertilizantes pode promover grande impacto para o setor”, ressalta Nogueira.

Fonte: https://www.correiodopovo.com.br