Infestação de mariposas causa reações alérgicas em mais de 100 pessoas e suspende aulas em Porto Alegre

Foto: Eduardo Paganella/RBS TV

Uma infestação de mariposas causou reações alérgicas em mais de 100 pessoas e suspendeu aulas em duas escolas na Ilha da Pintada, em Porto Alegre.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), entre 120 e 150 pessoas buscaram atendimento na Unidade de Saúde Ilha da Pintada na segunda (20) e na terça-feira (21). Elas apresentavam quadros de dermatite alérgica que podem ter sido causados pelo contato do inseto com a pele (saiba mais abaixo). Entre os sintomas, vermelhidão e erupções na pele.

A maioria dessas pessoas era de alunos das escolas estaduais Almirante Barroso e Maria José Mabilde. Por isso, as direções decidiram suspender as aulas. Na terça, os locais passaram por higienização e o mesmo deve ocorrer nesta quarta (22). A expectativa é que seja possível a retomada das aulas até sexta (24).

Causa da infestação

A SMS sugere que o calor e o período de seca podem ter contribuído para o aumento da população de mariposas, mas que, com a chegada da chuva e queda das temperaturas, a situação tende a amenizar.

As reações alérgicas são causadas pela liberação no ar de cerdas presentes nas asas da mariposa hylesia, que é atraída pela luz no período da noite.

De maneira geral, somente na forma larval – quando o inseto está na fase de lagarta – é capaz de produzir efeitos sobre o organismo. As demais (pupa, ovo e adulto) são inofensivas. No entanto, as mariposas fêmeas adultas do gênero hylesia (Saturniidae) apresentam cerdas no abdômen que, em contato com a pele, podem causar dermatite papulopruriginosa.

O uso de inseticidas é contraindicado para controle das lagartas ou mariposas, pois o produto não é seletivo, eliminando outras formas de vida, inclusive seus predadores. A medida mais indicada é a coleta manual, sempre utilizando luvas e mangas compridas para proteção. Após, é necessário eliminá-las.

Para mais informações ou dúvidas, a recomendação é ligar para o número 156 da Prefeitura de Porto Alegre ou para o Centro de Informação Toxicológica (CIT) do Rio Grande do Sul, pelo telefone 0800-721-3000.

Quadro clínico

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o quadro clínico, após contato com as cerdas das mariposas, começa com coceira intensa nas primeiras 24 horas, podendo evoluir para bolhas locais, persistindo por até 14 dias.

Como medidas de prevenção, quem for exposto deve manter portas e janelas fechadas ou protegidas com telas, limpar mesas e utensílios localizados abaixo de lâmpadas acesas com pano úmido e com as mãos protegidas com luvas. As roupas de cama também devem ser colocadas em armários fechados e manipuladas com cuidado e as roupas colocadas ou mudadas na hora de deitar.

Medidas preventivas

  • Ao anoitecer, não acender as lâmpadas internas e externas das residências
  • Procurar manter portas e janelas fechadas durante a noite
  • Se possível, telar as janelas
  • Fazer a limpeza com um pano úmido de móveis para retirada de cerdas até três vezes ao dia
  • Quando as mariposas estiverem caídas, para retirá-las, evitar varrer o local. Usar um pano úmido ou jogar água no chão para evitar que as cerdas se espalhem
  • Lavar paredes internas e externas
  • Se possível, trocar a roupa de cama todas as noites. Se não for possível, retirar roupa de cama ao levantar e recolocá-la quando for dormir
  • Se houver contato com a mariposa, lavar a área atingida com água fria ou gelada e procurar a unidade de saúde mais próxima
  • Se possível, capturar o inseto, preferencialmente vivo, e levar para identificação no local do atendimento
  • Não aplicar álcool ou qualquer substância sem orientação médica

Fonte: g1.globo.com