Proibição de visitas em granja e fortalecimento de protocolos de biosseguridade integram trabalho da ABPA
Depois de orientar as indústrias e produtores a proibir visitas e intensificar fiscalização no trânsito de pessoas nas granjas, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) intensifica campanhas de conscientização, no setor avícola como um todo, sobre a importância do trabalho de prevenção à influenza aviária. A doença, atualmente presente em mais de 40 países, deixou a associação “em alerta”, conforme disse o presidente da ABPA, Ricardo Santin, nesta quinta-feira, durante balanço anual da entidade. O aumento da preocupação reside nos recentes casos da doença confirmados na América do Sul, em países como Peru, Equador, Colômbia e Chile. “Estamos fazendo interface também com todas as áreas do Ministério da Agricultura (Mapa) envolvidas no trabalho de emergência sanitária, certificações e fiscalização, bem como com todas as associações avícolas estaduais, para que façam o mesmo com as respectivas secretarias da agricultura”, ressalta.
No entanto, Santin lembra que, para a enfermidade impactar negativamente a avicultura industrial brasileira, não é fácil, nem rápido. “Se a doença atingir aves silvestres ou de fundo de quintal, mas não chegar a planteis industriais de postura ou de corte, seguimos com o mesmo status sanitário e exportando para os mesmos mercados, conforme define a Organização Mundial de Saúde Animal (ONSA), novo nome da OIE”, lembra. Exemplo disso, está nos Estados Unidos, onde 42 dos 46 estados detectaram a patologia. “Eles estão entrando no inverno e continuam a exportar, assim como Polônia, Alemanha, França, Itália e outros tantos países entre os 40 que registraram influenza aviária”, exemplifica.
Santin assegura que o governo federal, as entidades e os profissionais estão devidamente capacitados e preparados para enfrentar a ocorrência de focos de influenza aviária no Brasil. Mas ressalta que o sucesso das operações depende, fundamentalmente, da rapidez do produtor em comunicar anomalias sanitárias às autoridades. “O Brasil não tem Influenza, nunca teve e, se tiver, está preparado. Se a enfermidade chegar, será rapidamente eliminada, protegendo a comida da mesa dos brasileiros, já que somente 30% da nossa produção é exportada”, pontua.
Casos de infecção requerem, primeiramente, o sacrifício das aves envolvidas e a desinfecção do local atingido. O segundo passo é estabelecer uma área de proteção de 3 quilômetros a partir do foco, na qual ninguém entra ou sai sem autorização prévia. O terceiro passo é ampliar esta área em mais 7 km para que a fiscalização seja reforçada na totalidade de 10 km. “Após a realização desses processos, em 28 dias, se recupera o status sanitário, conforme determina a ONSA”, explica Santin.
Reforço no Rio Grande do Sul
Diante dos casos da doença na América do Sul, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) disponibilizou, nesta quinta-feira, material de divulgação para reforças medidas de biosseguridade entre produtores. O material inclui cards, stories para as redes sociais e arquivo para impressão de cartaz A3 para ser afixado em estabelecimentos da cadeia. O material está disponível no site da Seapdr.
As medidas recomendadas pela secretaria são:
- Telas dos galpões e passarinheiras íntegras para que evitem a entrada de pássaros;
- Corrigir falhas de vedação nos galpões;
- Remoção de ninhos de pássaros nos telhados e de entulhos no entorno dos galpões que possam servir de abrigo para roedores;
- Veículos devem ser desinfetados antes da entrada e na saída das granjas;
- Controle rigoroso do trânsito de veículos e pessoas. Não permitir a entrada de pessoas que não fazem parte do processo de produção;
- Manter registro de entrada de pessoas e veículos;
- Utilização de roupas e calçados exclusivos dentro dos aviários;
- Pessoas que trabalham nas granjas devem evitar ao máximo o contato com outras aves;
- Controle permanente de roedores;
- Proteger fontes de água e caixas d’água.
Fonte: www.correiodopovo.com.br
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