Houve uma missa na catedral às 12h15. As imagens das câmeras de monitoramento da igreja mostram o homem sentando nos fundos e analisando o ambiente. Depois de algum tempo, ele se levanta e passou a disparar contra os fiéis que estavam na catedral com uma pistola calibre .40mm e um revólver calibre .38mm. O atirador, que estava sem documentos, tinha ainda dois carregadores.
As vítimas são quatro homens: José Eudes Gonzaga Ferreira, de 68 anos, Elpidio Alves Coutinho, Sidnei Vitor Monteiro, de 67, e Cristofer Gonçalves dos Santos.
Autor dos disparos usou uma pistola e um revólver Foto: Denny Cesare/Estadão
Segundo o delegado, dois policiais militares que estavam do lado de fora da igreja ouviram os disparos e correram para a igreja. Um deles acertou um tiro na perna do atirador, que se matou em seguida. “Se não fosse o pronto atendimento da polícia, teria sido uma tragédia muito maior”, afirmou o secretário municipal de segurança Luiz Augusto Baggio.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) socorreu os feridos para hospitais de Campinas. Uma mulher levada ao Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (HC-Unicamp) foi atingida nas pernas e tem quadro estável. Segundo o hospital, ela deverá ter alta ainda nesta terça-feira. Outros dois feridos estão no Hospital Municipal Mário Gatti e um terceiro foi internado no hospital Beneficência Portuguesa de Campinas.
Estão no IML do Cemitério dos Amarais os corpos do atirador e das vítimas José Eudes Gonzaga Ferreira, 68 anos, Elpidio Alves Coutinho, Sidnei Vitor Monteiro, 67, e Cristofer Gonçalves dos Santos.
Motivação é desconhecida
O delegado Ventura disse que, até o momento, não foi encontrada nenhuma conexão entre o atirador e as vítimas. “Nosso primeiro objetivo era identificá-lo, para conseguir levantar a motivação do crime”, disse. “Não há informação que ligue ele às vítimas. Ele não foi reconhecido por ninguém na igreja.”
Em nota, a Arquidiocese de Campinas informou que a catedral segue fechada e que motivação do crime ainda é desconhecida. “Assim que dispusermos de mais informações, as disponibilizaremos. Contamos com as orações de todos neste momento de profunda dor.”
Em nota, a Prefeitura de Campinas informou que mobilizou o Samu, a Rede Mário Gatti, a Guarda Municipal e a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) para atender às vítimas do ataque. No texto, a prefeitura disse que a prioridade no momento é “dar total atenção aos feridos e às famílias das vítimas”.
Pedro Rodrigues estava dentro da Catedral e viu quando o atirador entrou na igreja e fez os disparos. “Era hora do almoço e fazia uns 5 minutos que a missa tinha acabado. Ele chegou com a arma em punho e saiu atirando. Sempre pensei que a igreja era um lugar seguro”, disse Rodrigues.
‘Ninguém pôde fazer nada’, diz padre
Em um vídeo divulgado no Facebook na tarde desta terça-feira, o padre Amauri Thomazzi, que celebrou missa pouco antes do ataque, disse que todos estão abalados com o que aconteceu. “Eu rezei a missa do meio-dia e quinze. No final da missa, uma pessoa entrou atirando e fez algumas vítimas, ninguém pôde fazer nada, ajudar de forma nenhuma”, disse.
“Aos amigos que estão pedindo informações, estou mandando essa mensagem para dizer que está tudo bem aqui na catedral. Ainda não temos informações de como vai ser a programação da catedral hoje e amanhã”, informou o padre Amauri. No fim do vídeo, o padre pediu oração para as pessoas que foram feridas e para o autor dos disparos. /ANA PAULA NIEDERAUER, FELIPE RESK, JÚLIA MARQUES, JULIA LINDNER, LUÍSA MARINI E IVAN MACHADO, ESPECIAL PARA O ESTADO
Fonte: sao-paulo.estadao.com.br
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