Com apenas 259.304 crianças entre 5 a 11 anos vacinadas contra o coronavírus, o que representa 26,9% do total desse público-alvo, o governo do Estado anunciou nesta quinta-feira a realização do” Dia C” da vacinação contra a Covid-19, marcado para sábado, em todo o Rio Grande do Sul. O aumento das internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e em leitos clínicos pediátricos também acendeu o alerta no Palácio Piratini.
Na avaliação do governo, a baixa cobertura vacinal desse grupo – cuja população estimada é de 964.273 pessoas – tem várias causas diferentes. Por conta disso, a ideia é reforçar as estratégias de vacinação nos municípios e impedir o alastramento da doença no momento em que as crianças retornam às aulas. Ao destacar a baixa adesão à vacinação no Estado, o governador Eduardo Leite destacou a necessidade de uma grande mobilização dos municípios.
Leite afirmou que a vacinação é “um processo individual com efeito coletivo” e reforçou que cada pessoa vacinada, caso seja infectada pela Covid-19, “carrega uma carga viral mais baixa”. “E tem menos chance de contaminar quem está a sua volta”, observou. Durante seu pronunciamento, o governador ressaltou o crescimento de casos confirmados e de internações no último “ciclo do coronavírus”. “Não é normal que tenhamos crianças acometidas de uma doença que leva a óbito, não é natural que crianças morram por conta de um vírus, especialmente esse que estamos lidando”, completou.
Acompanhado da adjunta da Secretaria Estadual da Saúde (SES), Ana Costa, da chefe da Vigilância Epidemiológica do Centro de Vigilância em Saúde (CEVS), Tani Ranieri, Leite – que tomou hoje a dose reforço da vacina contra a Covid-19 – apresentou a campanha publicitária que vai ser veiculada na TV sobre a importância da vacinação infantil. “É preciso mobilizar adultos também, pessoas que não tomaram a segunda dose ou não fizeram a dose de reforço”, destacou.
Questionada se haveria ruído na comunicação entre Estado e municípios, Ana disse que o governo trabalha em parceria com as administrações municipais para evitar qualquer barreira para a vacinação. Ela afirma que as iniciativas envolvem desde organizar pontos de vacinação até facilitar o acesso à população. “Queremos vacinar todas as crianças, todos os adultos com que com ela convivem e que estão na idade de vacinar”, alertou. Ana garante que o governo está incentivando todas as ações nesse sentido. “Cada dia perdido pode ser um risco aumentado para uma criança e sua família”, completou.
Ao apresentar um estudo que projeta o impacto positivo do aumento da vacinação nessa faixa etária em todo Brasil, Tani afirmou que aumentar a aplicação das 250 mil doses atuais para um milhão por dia poderia evitar 5,4 mil hospitalizações nos próximos três meses e impedir 430 óbitos no período. “Precisamos avançar na vacinação das crianças de forma mais robusta, vacinar 1 milhão de crianças por dia. Esse número é possível de atingir”, afirmou.
Ela destacou a elevação das hospitalizações de crianças de 0 a 11 anos no Estado, que passou de 2% em março de 2020 para 6% dos casos notificados atualmente. “Há tendência de aumento associado à circulação da variante ômicron”, justificou. Ela reconheceu que algumas pessoas, inclusive profissionais de saúde, que desacreditam a vacina podem estar influenciando pais. “A vacina é baseada em estudos clínicos confiáveis, tanto a eficácia quanto a segurança desse imunizante para esse grupo etário”, ressaltou.
Prestes a completar um mês de vacinação, ela afirmou que a maioria das regiões apresenta baixa cobertura. “Deveríamos estar com um percentual muito maior de crianças vacinadas quando comparado à campanha de adultos, que teve uma velocidade muito grande. Em pouco espaço de tempo tivemos um contingente muito maior”, finalizou.
Fonte: https://www.correiodopovo.com.br/
Comments Closed