Governo do RS emite alerta após progressão de focos de raiva herbívora

Foto: André Witt / Divulgação / Seapi

Uma progressão dos focos de raiva herbívora na Fronteira Oeste (em Maçambará, São Borja, Itacurubi e Itaqui) levou a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi) a emitir, esta semana, um alerta sanitário. Nele, a Seapi reiterou a necessidade de vacinação e revacinação de bovinos, equinos e ovinos. Estes são os animais mais suscetíveis à doença, que é transmitida por morcegos hematófagos. Neste ano, já foram registrados 16 casos no Estado, também em Pedras Altas, Candiota e Cachoeira do Sul, além dos municípios da Fronteira Oeste, região em que a doença surgiu pela primeira vez em 2021 e vem progredindo, com o primeiro caso registrado no município de Itaqui em março de 2023. 

De acordo com a Seapi, a região com maior risco é aquela próxima aos rios Itu e Ibicuí. Como ainda não houve identificação dos refúgios de onde vieram todos os morcegos que atacaram animais nessas proximidades, a secretaria também reforçou a necessidade de que criadores alertem as autoridades sanitárias quando observarem animais com sintomas da doença, que variam entre afastamento do rebanho, dificuldades para deglutir, pupilas dilatadas, pelos eriçados, alta salivação e andar cambaleante. 

De acordo com o médico veterinário responsável pelo Programa de Controle da Raiva Herbívora/RS, Wilson Hoffmaister, a Seapi começou a emitir alertas no final de março, quando apareceram os primeiros casos na região de Itaqui. Em 2022, foram registrados um total de 114 infecções. “A raiva é uma doença diferente das outras porque depende do morcego, então muitas vezes há uma progressão de focos. Tentamos cercar esses focos, mas muitas vezes ela deriva para um lado que não seria o lógico de acontecer, temos que pensar nessa dispersão”, relata. Segundo ele, como a vacina não é obrigatória, muitas vezes os produtores não vacinam seus animais, mesmo que o custo seja baixo, de cerca de R$ 2,00 por dose. 

“O produtor não vacina porque não dá a devida importância, só dá importância quando começa a perder animais”, lamenta Hoffmaister. Segundo ele, o produtor deve sempre alertar sobre animais com sintomas e o papel da secretaria é fazer o controle da população de morcegos. Os meses com maior registro de casos costumam ser julho e agosto, período em que os filhotes de morcego entram em desmame e começam a consumir o sangue dos animais. 

Fonte: correiodopovo.com.br