Morre professor de capoeira após queda do Morro das Furnas, em Torres

Juliano Pinto, de 45 anos — Foto: Reprodução/Facebook

O Corpo de Bombeiros resgatou, na manhã desta terça-feira (14), o corpo de um professor de capoeira que caiu do Morro das Furnas, em Torres, no Litoral Norte do RS. Juliano Pinto, de 45 anos, precisou ser içado por rapel pelos bombeiros em um trabalho de resgate que durou mais de 1h.

De acordo com informações da família, ele era natural de Soledade, na Região Norte, e havia chegado a Torres horas antes da queda.

“Ele foi atirar uma rosa para Iemanjá, só que o vento estava ao contrário e a rosa ia voltar. Daí ele foi jogar forte, e como ele tem uma perna machucada, levou o corpo junto”, disse um dos alunos que estava com o professor no momento da queda.

“É bem no penhasco, no final é só pedra. Os guris que estavam perto tentaram agarrar ele. Nós gritamos, ficamos desesperados”, conta o aluno.

Juliano acompanhava uma excursão com um grupo de alunos. Eles ficariam uma semana na praia, em duas casas alugadas. Como chegaram por volta das 6h em Torres, e as casas só estariam liberadas a partir das 9h, o grupo decidiu passear pelo Parque da Guarita.

O sargento Edemir Cardoso, do Corpo de Bombeiros de Torres, acompanhou o resgate.

“Infelizmente foi um pouco de imprudência. Ele se aproximou de uma área que não tem como oferecer segurança nenhuma”, diz. “O morro tem trilhas pré definidas, com escadas. Pedimos para que as pessoas não se aproximem de onde não tem trilha feita”, completa.

A dona de casa Roseli Paixão fazia parte do grupo.

“Ele sempre fazia isso, de jogar uma rosa. E nunca deixava as crianças chegarem perto para não ter perigo. Inclusive ele sempre fazia isso sozinho”, conta.

Segundo Ângela Marileide dos Santos de Andrade Pinto, cunhada da vítima, Juliano era professor de capoeira da rede pública de ensino de Soledade, e costumava fazer essa viagem todos os anos com os alunos.

“Gostava muito de fazer essa viagem. Dizia que era uma maneira de proporcionar para essas crianças, que tem menos condições, conhecer lugares novos. Juliano sempre foi uma pessoa muito esforçada, professor de capoeira, gostava muito de trabalhar com isso, principalmente com crianças. Sempre tentando resgatar alguém mais desfavorecido, que precisam de ajuda”, disse.

Juliano, que era formado em história, era o mais novo de cinco irmãos.

Fonte: g1.globo.com