Delegado que matou labrador diz que agiu para preservar a sua integridade física

Conforme Afonso Stangherlin, cão iria atacá-lo quando ele sacou a arma e atirou


Dona do cachorro morto registrou ocorrência na delegacia de São Luiz Gonzaga — Foto: Arquivo Pessoal

Um cachorro foi morto com um tiro na manhã do sábado, em São Luiz Gonzaga, na região das Missões, pelo delegado regional, Afonso Stangherlin. A situação ocorreu por volta das 10h30min, na rua General Lima, no Centro, quando o homem passeava com um cão da raça shih tzu, de propriedade da filha, quando percebeu que o labrador de uma das casas se aproximava e, de acordo com ele, preparado para atacar. O fato é negado pela proprietária do animal. Ela afirmou que o mascote tinha cerca de 15 anos, nunca atacou ninguém, era dócil, sofria com problemas na coluna e tomava medicações. A mulher ainda registrou ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA).

Stangherlin também compareceu ao local. O autor do disparo diz que agiu de forma instintiva e para preservar a sua integridade física. “O cão estava em frente a casa, que tem uma grade baixa, ele saltou, atravessou a rua em alta velocidade, correndo, gritei para que parasse, quando ele chegou perto e senti que começaria o ataque desferi o tiro a curta distância”, detalha. Ele detalha que o labrador, considerado por especialistas uma raça obediente, dócil e que se relaciona bem com outros animais de estimação, estava a 10 centímetros de sua perna, abaixado e com a boca aberta.

Segundo o delegado, não houve tempo suficiente para erguer o shih tzu, o qual ele cuida temporariamente para a filha. “Foi questão de dois segundos. Não consegui recuar dois passos. Nem que eu tivesse morto a proprietária do animal teria dito que ele pudesse atacar. Eu já vi cão mais velho atacar. Alguma coisa desencadeou aquela reação nele”, opina.

Depois de atirar, conta que foi até o portão da residência da proprietária, se apresentou como delegado e relatou o que aconteceu. “Ela ficou alterada, então eu disse para ir até a delegacia e registrar. Vamos buscar se há filmagens que mostra o que aconteceu. Não vou discutir com alguém que diz que o animal não atacou. É impossível, não dei um tiro no cachorro que estava na rua. Mas, sim, em um que saltou da cerca e veio.” Stangherlin diz que vai procurar nos arredores para ver se, de fato, ele tinha problemas, como detalhado pela tutora.

“Uma bocada de um cão fratura uma perna, seriam meses de recuperação. Não parei para esperar. O tiro foi a curta distância, quando ele estava agachado para atacar o animal que estava nos meus pés. Foi um ataque, eu nem ando armado quando saio de casa, por um milagre, saí para almoçar, e estava com arma, porque senão eu teria sido atacado”.

A reportagem tentou falar com a proprietária do labrador, mas até o fechamento desta edição não conseguiu contato. De acordo com a Polícia Civil, o registro do fato foi feito no plantão e somente será encaminhada para investigação hoje.

Fonte: Correio do Povo