Chuvas prejudicam alimentação dos rebanhos gaúchos

A longa sequência de dias chuvosos, as baixas temperaturas e a baixa incidência solar vêm prejudicando o pleno desenvolvimento das pastagens, que têm sofrido com a excessiva umidade e o pisoteio dos animais. Apenas a aveia está com bom desenvolvimento até o momento, caracterizando um período de escassez de oferta de alimento volumoso. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, essas condições exigem do produtor gaúcho atenção na alimentação dos rebanhos, pois descuidos podem elevar o custo de produção e/ou incorrer em atraso na obtenção do peso esperado.

A rebrota do campo nativo e das pastagens cultivadas está muito lenta, sendo necessário fornecer sal mineral para melhorar o aproveitamento do campo nativo que perdeu qualidade. Há necessidade de ajuste de lotação animal de acordo com a oferta forrageira. Nos Campos de Cima da Serra, predomina a criação extensiva dos bovinos de corte, que sentem a incidência do frio no desenvolvimento das pastagens e têm apresentado perdas corporais.

Na bovinocultura de leite, a grande quantidade de água no solo, em função do longo período de chuvas, prejudica o manejo dos animais durante o pastejo e a condução para a ordenha. Além da redução na produção, o custo aumenta pelo uso de mais silagem e de rações concentradas. Preocupa a situação de produtores que não fizeram uma boa reserva de silagem, o que pode comprometer a alimentação dos rebanhos até a primavera.

Ovinocultura – Para os rebanhos que foram encarneirados no cedo, está em fase final o período de gestação das ovelhas, com cerca de 40% de parição. Porém na região das Missões, acredita-se que mais de 90% das matrizes já tenham parido, permitindo que os primeiros lotes de cordeiros sejam comercializados em novembro.

No geral, os rebanhos ovinos apresentam condição corporal razoável, porém os animais estão perdendo peso devido à baixa qualidade e à pouca quantidade do pasto nos campos nativos. Alguns rebanhos estão parindo em pastagens de aveia e azevém e os cordeiros vêm apresentando um desenvolvimento razoável. Produtores relatam a morte de cordeiros devido aos rigores climáticos e pelo ataque de javalis, zorros, caranchos e outros predadores. Os trabalhos com cordeiros recém-nascidos estão redobrados nos dias de chuva.

GRÃOS

A cultura do trigo segue seu desenvolvimento sem maiores percalços, com os produtores intensificando sua atenção no monitoramento de doenças fúngicas, uma vez que a amplitude térmica aliada à alta umidade relativa do ar predispõe à ocorrência dessas doenças. As lavouras implantadas no início do período preferencial começam a entrar em estágio de floração, não ultrapassando 1% do total cultivado nesta safra.

Cevada – As lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, com crescimento rápido e baixo perfilhamento, mas com bom stand de plantas. A elevação da temperatura e a presença de sol estimularam o crescimento das plantas nesse último período.

Canola – As lavouras continuam evoluindo, estando nas fases de desenvolvimento vegetativo, floração e, na região Noroeste, já em enchimento de grãos. O cessar das chuvas e a elevação da temperatura aceleraram o desenvolvimento das plantas. É bom o controle de ervas e baixa a incidência de doenças e pragas.

Aveia branca – A cultura se apresenta em desenvolvimento vegetativo e em início de floração. As condições climáticas foram favoráveis e as plantas estão com bom desenvolvimento e sanidade. O clima frio está favorecendo a cultura.

OLERÍCOLAS E FRUTÍCOLAS

Cebola – Na região Sul, a semeadura da cebola está concluída. As áreas de terras e a formação dos canteiros continuam em preparação para o transplante das mudas, prejudicado pela alta umidade e a ocorrência de chuvas. A área transplantada está em 65% da intenção de plantio. Já na região Nordeste, o plantio das mudas ocorre em sistema de semeadura direta e as lavouras estão em desenvolvimento vegetativo normal. A área deverá manter-se  em torno de 100 a 120 hectares cultivados.

Viticultura – A atividade cresce na região do Médio Alto Uruguai, onde as encomendas de mudas certificadas são realizadas de um ano para outro, o que demonstra o profissionalismo do produtor ao buscar materiais isentos de doenças e mais produtivos, atendendo às necessidades do mercado. Ressalta-se também a renovação de pomares, mostrando que os produtores querem se profissionalizar cada vez mais para serem mais competitivos no setor. Neste momento intensifica-se a prática de podas na região, fundamental para a produção e a formação da planta da videira.

Fonte: Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar