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Calor de 40° no RS exige cuidados extras de banhistas e trabalhadores

A fotoeducação ainda é uma barreira a ser transposta, diz dermatologista

Cuidados vão além do protetor solar | Foto: Mauro Schafer

A forte onda de calor que atinge o Rio Grande do Sul em meio às festas de fim de ano gera preocupação de médicos. A partir desta quinta, as máximas sobem mais e se mantêm próximas dos 40°C ao longo dos próximos dias. O ar seco também exige hidratação extra, seja na cidade, seja na praia. 

Além da preocupação com as queimaduras relativas às águas-vivas nas praias, a principal preocupação dos banhistas deve a exposição exagerada ao sol. Por isso, a fotoeducação ainda é uma barreira a ser transposta, diz a vice-presidente da seccional RS da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Clarissa Prati. 

“Sempre é necessário reforçar que o ideal é evitar expor a pele aos raios solares entre as 10h e as 15h. Primeiro, por conta das queimaduras solares, que podem ser graves, segundo, porque a maior irradiação desse periodo traz grandes chances de desidratação”, sublinha. As crianças até dois anos e os idosos são os mais vulneráveis aos problemas decorrentes da falta de hidratação. 

A proteção física – uso do guarda-sol ou a permanência sob a sombra de árvores, além da utilização de roupas com fator de proteção solar ou com tramas mais fechadas – é fundamental. Já as áreas do corpo inevitavelmente mais expostas necessitam de fator de proteção solar mais alto.

Estudos mostram que, na prática, a eficácia do proteção do filtro solar cai pela metade devido ao modo de aplicação. “Isso se dá porque as pessoas aplicam muito menos do que o necessário, assim como reaplicam pouco. A indicação de reaplicação é a cada 2h”. E ressalta que a marca não é o mais importante na escolha do protetor ou bloqueador solar. “Melhor é aquele que a pessoa não tem pena de gastar. E sim, quanto maior o fator, melhor”, sustenta a médica dermatologista.

Os cuidados, mais associados aos banhistas, também devem se estender aos trabalhadores urbanos e rurais. A principal orientação também é a formação de barreira contra os raios solares. O uso de chapéus de abas largas e bonés, além do filtro são componentes básicos. A atenção deve ser especial, considerando que o câncer de pele no couro cabeludo é, em geral, mais agressivo e difícil de tratar.  

Alergias, manchas e espinhas

O excesso de sol também ocasiona problemas como a acne solar, já que as pessoas nem sempre higienizam a pele da forma correta, ao deixar resíduos de protetor solar, gordura e suor.

A irradiação solar ainda pode trazer manchas à pele, cujo problema mais conhecido é o melasma, afetando mais as mulheres que usam contraceptivos. Os bebês e os idosos acamados, por sua vez, são mais afetados pelas brotoejas (miliara), que consistem na obstrução das glândulas sudoríparas. A dermatologista diz que o melhor tratamento é arejar, hidratar e mudar os idosos de posição. 

A dermatologista Claudia Fernandes Furtado ressalta ainda a importância desses cuidados em função da alta incidência de casos de câncer de pele no Rio Grande do Sul. Cerca de 200 mil pacientes são diagnosticados por ano no Brasil, conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca). 

Com isso, a campanha do Dezembro Laranja estimula a população à prevenção, diagnóstico e tratamento precoce. Claudia enfatiza que os cuidados devem começar ainda na infância, uma vez que os riscos são cumulativos. “Além dos cuidados ao se expor ao sol, somente um médico especialista é capaz de diagnosticar o câncer de pele. O recomendado é procurar o dermatologista pelo menos uma vez ao ano”, conclui.

Fonte: www.correiodopovo.com.br

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