Umidificadores e toalhas molhadas perto das janelas podem ajudar a diminuir os efeitos da condição climática
Com as altas temperaturas previstas para esta semana, a umidade relativa do ar tende a baixar. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o nível ideal de umidade é entre 60% e 80%. Até domingo (11), porém, a previsão é de que o índice fique entre 12% e 20% no Rio Grande do Sul, níveis considerados de estado de alerta pelos meteorologistas. Médicos chamam a atenção para a possibilidade de desidratação e agravamento de problemas respiratórios.
A umidade relativa do ar precisa de algumas variáveis para ser calculada. Segundo a meteorologista da Climatempo Maria Clara Sassaki, o cálculo é feito em estações meteorológicas, com base na temperatura mostrada no termômetro e a do bulbo úmido, tipo de medida que identifica a evaporação da água no ar.
— Quanto menor o nível, mais crítica a situação – destaca Maria Clara.
Ela defende que níveis entre 12% e 20% não são incomuns:
— Quando falamos de ondas de calor, já é esperado que a umidade relativa do ar seja menor de 20%. Para situações de calor no Rio Grande do Sul, não é novidade.
Efeitos na saúde
Conforme os valores se afastam do considerado ideal pela OMS, é possível sentir alguns efeitos na saúde. A pneumologista e professora do curso de medicina da Faculdade Feevale Simone de Leon Martini cita alguns: agravamento de problemas respiratórios, como sinusite, rinite e asma; doenças inflamatórias, como amigdalite e faringite; dor de cabeça; e, é claro, desidratação. Em conjunto com o último, o risco de desmaios e problemas cardíacos, alerta a médica.
— O ar seco causa ressecamento nasal, o que pode causar coceira no nariz e nos olhos, rouquidão, sangramento nasal e aumenta a percepção dos sintomas das condições como rinite, sinusite, amigdalite e faringite — lista a especialista.
Simone explica que isso acontece porque a função do nariz é filtrar o ar e, para isso, deve haver umidificação. Quando há ressecamento, o nariz não faz a barreira e acaba ficando livre para receber essas infecções respiratórias.
— Nosso corpo é composto, majoritariamente, por água. Então quando baixa a umidade, prejudica o nosso funcionamento — explica o pneumologista e coordenador do Serviço de Pneumologia do Hospital Mãe de Deus, Marcelo Tadday Rodrigues.
É por isso que, em dias quentes e com baixa umidade, a hidratação é fundamental. A desidratação pode causar dores de cabeça e problemas cardíacos, uma vez que, segundo Simone, pode deixar o sangue mais espesso e provocar problemas embólicos.
Como aliviar?
Já que não é possível mudar as condições climáticas, os médicos Simone de Leon Martini e Marcelo Tadday Rodrigues indicam como aliviar o calor e a sensação de baixa umidade. Confira:
- Tomar, pelo menos, dois litros de água
- Não fazer atividades físicas ou trabalhos ao ar livre das 10h às 16h
- Evitar tomar banhos quentes
- Umidificar ambientes, com umidifcadores ou vaporizadores, ou colocando toalhas molhadas ou bacias de água perto de janelas abertas
- Dar preferência ao umidificador ao invés de ares condicionados e ventiladores
- Se precisar usar ar condicionado, colocar bacias de água próximas do aparelho para diminuir o ressecamento que o eletrodoméstico causa
- Prestar atenção em crianças e idosos para garantir que estejam bem hidratados
- Utilizar soro fisiológico para lavar as narinas caso sinta ressecamento nasal
- Colocar lubrificante ocular nos olhos caso sinta ressecamento ou coceira
- Evitar aglomerações em lugares fechados
*Produção: Yasmim Girardi
Fonte: gauchazh.clicrbs.com.br
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