Superintendência dos Serviços Penitenciários acredita que ao menos parte dos incêndios foram provocados pelos presos como tentativa de progredir para prisões domiciliares. Na segunda-feira (4) a Penitenciária Modulada de Osório foi novamente incendiada.Instituto Penal de Carazinho foi um dos mais atingidos após incêndio ocorrido em março deste ano (Foto: Reprodução/RBS TV)
Desde o início do ano, sete presídios do Rio Grande do Sul foram atingidos por incêndios. Até voluntários ajudam nos projetos para as reformas, mas as obras ainda não têm prazo para acontecer. Enquanto a situação não é resolvida, quatro dos 11 presídios da região Norte do estado estão semi-interditados ou interditados.
As averiguações feitas pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) apontam que, ao menos em parte dos casos, o fogo foi iniciado com o objetivo de permitir o cumprimento das penas em regime domiciliar.
Na segunda-feira (4) a Penitenciária Modulada de Osório, no Litoral Norte foi incendiada pela segunda vez no ano.
Os projetos para as reformas dos locais estão sendo feitos até por engenheiros voluntários, sendo que a verba deve vir, principalmente, do poder judiciário. No entanto, as obras ainda não tem previsão para serem iniciadas.
Para o delegado penitenciário de Passo Fundo Rosálvaro Portella, os incêndios foram uma tentativa dos presos de conseguirem a liberdade. “Eles achavam que que cometendo esses ilícitos, tem alguns que já foi confirmada pela própria perícia, que lograriam êxito nessa questão da prisão domiciliar, o que não ocorreu. Então, diante disso, a gente buscou essas alternativas e a gente espera o quanto antes que as casas voltem a operar na sua normalidade, mas realmente nos causou um grande problema”, afirma.
O Instituto Penal de Carazinho, no Norte do estado, foi um dos mais afetados após o incêndio ocorrido em março deste ano. Oitenta porcento dos três alojamentos foram destruídos. Para abrigar os presos, uma sala de aula foi transformada em cela. Além disso, apenados tiveram que ser transferidos para outros presídios do estado.
“A gente pediu prazo de 30 e 60 dias, conforme cada casa prisional poderia nos auxiliar naquele momento, e agora se faz o pedidos de prorrogação para que eles se mantenham nesses locais até que a gente consiga dar andamento a questão de resolução do problema aqui no local. Em algum momento eles tem que retornar ao presídio de Carazinho”, afirma a diretora da casa prisional Marcia Daumling.
A situação se repete em Erechim, onde o alojamentos dos regimes aberto e semiaberto continuam interditados após o incêndio. Trinta e três presos regrediram para o regime fechado, e outros 30 foram para celas ampliadas recentemente.
Em Espumoso, 25 presos foram transferidos para outras casas prisionais e 48 foram cumprem pena em casa ou são monitorados por tornozeleira eletrônica. O incêndio destruiu alojamentos dos regimes aberto e semiaberto.
Dos 28 presos abrigados no Instituto Penal de Sarandi, também incendiado, 20 foram para alas do regime fechado, quatro foram para outras casas prisionais, e quatro receberam liberdade provisória.
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