Anticoncepcional de uso contínuo: entenda os riscos e os benefícios

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Existem diversos métodos anticoncepcionais de uso contínuo. No caso dos anticoncepcionais hormonais orais, também chamados de pílulas anticoncepcionais, o uso contínuo, ou seja, sem pausas ao longo do mês, pode acarretar em interrupção da menstruação, explica o Dr. Alexandre Rossi, médico ginecologista e obstetra.

“O método traz diversos benefícios, como a redução das alterações hormonais e, por isso, traz benefícios no controle da TPM e eventual redução das cólicas e de outros desconfortos comuns neste período”, diz. Por outro lado, o especialista lembra que pode haver pequenas perdas de sangue de forma esporádica, chamadas de escape, especialmente nos primeiros meses de uso do método.

Com relação aos riscos, serão os mesmos do uso dos anticoncepcionais orais tomados de forma tradicional, ou seja, com intervalo. “Embora bastante seguros, como todo medicamento, há riscos que serão apresentados pelo médico à paciente. No caso dos anticoncepcionais orais, pelo fato de trazer a maior concentração de hormônios dentre todos os métodos contraceptivos existentes hoje no mercado, nem sempre será o método mais indicado para todas as pacientes”, alerta Alexandre. 

O mais importante é seguir corretamente a orientação de um médico e levar a ele informações atualizadas sobre os antecedentes familiares, especialmente relacionados à trombose, AVC e doenças cardiovasculares. “Assim como qualquer medicamento, tome os anticoncepcionais corretamente e relate ao médico em caso de aparecimento de qualquer sintoma inesperado, tais como dores de cabeça constantes, hemorragias, dores abdominais, alteração visual de aparecimento súbito ou dor e sensação de peso nos membros inferiores”, orienta.

A indicação do método contraceptivo levará em conta diversos fatores, como por exemplo o fato da mulher estar ou não amamentando, além de seu histórico de saúde. Por este motivo, é muito importante que esta indicação seja individualizada, sempre feita por um médico, e reavaliada periodicamente, explica Alexandre. “No caso de mulheres com histórico de tabagismo, hipertensão, obesidade ou diabetes, é preciso especial atenção para o aumento do risco cardiovascular, incluindo a ocorrência de AVC, infarto e trombose. Para estas mulheres, é preciso buscar opções mais seguras”, ressalta.   

Vale destacar que, mesmo tomada corretamente, a pílula anticoncepcional não previne contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Por este motivo, o ideal é que seja combinada ao uso de preservativos, especialmente quando não houver parceiro fixo.

Fonte: correiodopovo.com.br