Mudanças cada vez mais rápidas e que proporcionem a ruptura com os padrões, modelos ou tecnologias já estabelecidos no mercado; novas oportunidades para o agro; tecnologias convergentes que potencializam o poder computacional; migração do serviço mecanizado para o cognitivo; colegas de trabalho serão máquinas; capacitação de pessoas e remodelagem dos cursos tradicionais de formação profissional; novos parceiros tecnológicos, em especial, a China foram alguns dos impactos que a Era da Transformação Digital está gerando e ainda deverá citados em Painel, durante a Expoagro.
A palestra fez parte do Painel intitulado “Agricultura 4.0: O futuro da agricultura com os drones, IoT e inteligência artificial”, realizada na terça-feira, 14 de maio, durante a Expoagro. O evento foi uma realização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em parceria com o Sindicato Rural de Dourados e SGS Unigeo.
“Estamos entrando na onda da tecnologia digital que é uma nova etapa que vai contribuir com melhorias na produtividade e aumento de rendimento das lavouras. O Centro-Oeste brasileiro já tem mais de uma safra por ano, com diferentes culturas e muito do avanço no cultivo do cerrado é advindo das tecnologias. Desta forma, o Brasil tem um papel importante para suprir o aumento previsto de 70% da demanda mundial de alimentos em 2050”, disse o pesquisador da Embrapa Instrumentação Agropecuária (São Carlos/SP), Lucio André de Castro Jorge.
Lucio falou sobre tendências relacionadas a entrada dos sistemas autônomos que vão tomar decisões a partir da entrada dos dados, é a chamada internet das coisas, ou seja, iOT (internet of things). “Incialmente, presente nas residências de alto padrão, denominadas casas inteligentes, em que cada eletrodomésticos e/ou utensílio possui um sensor que se conecta com a internet e por meio do aparelho celular as atividades são planejadas para execução em horários pré-determinados ou quando o proprietário está chegando em casa”, disse ele.
O pesquisador destacou que assim como o iOT está trazendo mudanças para o dia a dia das pessoas nas cidades também está entrando no campo e disse “na agricultura as máquinas com dispositivos inteligentes para a tomada de decisão autônomos, com sistemas que analisam todos os dados com tempo real para a tomadas de decisões”.
Ele explicou que agricultura 4.0 se refere ao conceito de fazenda digital, em que a agropecuária é baseada em conteúdo digital. As fazendas digitais contam com dados integrados, em que as próprias maquinas e/ou equipamentos enviam informações via internet para um banco de dados central que compõe uma base de informações para a tomada de decisões. “Imaginem que cada boi já pode ter um chip com dispositivos de monitoramento, e já temos essa tecnologia. Esse chip, presente em colares ou brincos, se comunica automaticamente com o banco de dados, e possibilita que sejam feitos relatórios sobre o comportamento animal, contribuindo com o manejo dos animais”, foi um dos exemplos citados por Lucio.
Ele falou ainda sobre as novas tecnologias que estão gerando inúmeras mudanças na forma como as pessoas se relacionam com o mundo, dentre elas destacou: tecnologias da informação (big datas segmentados), biotecnologia, nanotecnologia (possibilitando o uso de vestimentas inteligentes que dão diagnósticos relacionados a saúde dos atletas, comportamento e bem-estar animal, entre outros), ciências cognitivas (equipamentos e/ou máquinas que pensam e tomam decisões autônomas), entre outros.
No Painel também foram realizadas apresentações de três cases de sucesso, com relatos de experiências regionais com o uso de tecnologia no campo. Os exemplos foram apresentados por Artur Falcete (Fazenda Sapé Agro – Maracaju), Edmar Lopes Dantas (Fazenda JBasso – Ponta Porã) e Douglas Pellin (Agraer – Itaporã). Em seguida, foi realizada uma mesa redonda sobre o tema, com a participação dos palestrantes e do público-alvo presente e que teve como moderador o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), Fernando Mendes.
Para o chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Lafourcade Asmus, a escolha do tema Agricultura 4.0 tem como objetivo levar aos produtores, técnicos da assistência técnica rural, estudantes e demais participantes do Painel, informações que estão contribuindo com a racionalização dos processos agropecuários. “O papel da Embrapa consiste em viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação contribuindo com a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira. Assim, atuamos para gerar conhecimentos que possam proporcionar maior rentabilidade para os produtores, apresentando estratégias e tecnologias que contribuam com a redução do uso de defensivos agrícolas, ampliação da produtividade, entre outros e a escolha desse assunto está relacionado com isso”, explicou Asmus.
Fonte:www.noticiasagricolas.com.br
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