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Preço de R$ 87,62 a saca de arroz é baixo, diz o setor

Valor definido por portaria do governo federal, para contratos de opção da Conab, desagrada produtores gaúchos

Custo de produção do cereal são estimados hoje entre R$ 90 e R$ 100 a saca

Custo de produção do cereal são estimados hoje entre R$ 90 e R$ 100 a saca | Foto: Sebastião Araújo

O valor de venda do arroz definido pelo governo federal, para as operações por contrato de opção do grão, é considerado insuficiente pelos arrozeiros gaúchos. A cotação de R$ 87,62 por saca foi apresentada nesta semana por meio da portaria n° 19, emitida pelos ministérios da Agricultura e Pecuária, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e da Fazenda. Datada do dia 14, a portaria foi incluída na edição do dia 17 do Diário Oficial da União.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Arroz no Estado (Sindarroz), Dudu Nunes, o valor líquido para o produtor ficará abaixo do que é praticado hoje pelo mercado e até mesmo dos custos de produção, estimados entre R$ 90 e R$ 100 a saca.

“É um preço muito baixo. O produtor tem que comprar a opção na bolsa, tem que transportar o produto até o local de armazenagem, vai ter ainda mais descontos de Fundo Rural e taxa de CDO (Cooperação e Defesa da Orizicultura), possivelmente. Então, vai ficar no bolso do produtor uns R$ 80 reais. Isso é muito abaixo do que o mercado oferece hoje”, disse Dudu Nunes.

O dirigente salienta que o mercado de exportação trabalha atualmente com o valor de R$ 120 a saca.

“Então, por que o produtor vai se submeter a comprar uma opção para vender para o governo a R$ 87,62 bruto? Esse contrato de opção é mais uma coisa que o governo faz sem efeito prático algum. Possivelmente, não vai ter ofertante”, acrescentou o presidente do Sindarroz.

A operação com os contratos de opção foram anunciados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no dia 30 de setembro. De acordo com a estatal, o objetivo seria “a retomada dos estoques públicos no país”. Na oportunidade, o valor de venda não havia sido formalmente estabelecido.

O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), Alexandre Velho, no entanto, já previa que a proposta ficaria abaixo dos custos de produção, inviabilizando a participação dos produtores gaúchos. O Rio Grande do Sul responde por 70% do arroz colhido no país. Velho considerava informações obtidas com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, durante a 47ª Expointer, que indicava a adoção do preço mínimo, de R$ 65, mais um bônus de 20%.

A portaria interministerial nº 19 regulamenta a compra pública de arroz longo fino em casca, tipos 1 e 2, da safra 2024-2025, em leilões a serem realizados pela Conab. Foram disponibilizados R$ 998,1 milhões para a autarquia investir na aquisição de até 500 mil toneladas do cereal.

O contrato de opção de venda é uma modalidade de seguro de preços que dá ao agropecuarista ou cooperativa o direito, mas sem a obrigação, de vender o produto para o governo, em uma data futura, a um preço previamente fixado. Para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o vencimento dos contratos está previsto para o dia 30 de agosto de 2025.

Fonte: https://www.correiodopovo.com.br/

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