Operação Macan visa desarticular grupo que lucrou mais de R$ 9 milhões com o esquema criminoso
![](https://buenaterrafm.net/wp-content/uploads/2024/12/image-71.png)
Policiais federais e civis cumpriram 16 mandados de busca e apreensão domiciliar, 10 mandados de busca pessoal e 10 mandados de busca e apreensão de veículos nas cidades de Santa Maria, São Sepé, Restinga Seca, Aceguá, além da cidade catarinense de Porto Belo | Foto: POLÍCIA FEDERAL / DIVULGAÇÃO / CP
A Polícia Federal deflagrou, com apoio da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas (Draco), de Bagé, nesta sexta-feira a Operação Macan, que investiga organização criminosa dedicada à importação ilegal de agrotóxicos provenientes do Uruguai. Cerca de 45 policiais federais e 12 policiais civis cumpriram 16 mandados de busca e apreensão domiciliar, 10 mandados de busca pessoal e 10 mandados de busca e apreensão de veículos nas cidades de Santa Maria, São Sepé, Restinga Seca e Aceguá, no Rio Grande do Sul, e Porto Belo, em Santa Catarina.
Também foi determinado o sequestro de 11 imóveis e 20 veículos, além do bloqueio de valores nas contas dos investigados, totalizando aproximadamente R$ 9 milhões, bem como decretadas as prisões preventivasdos dois líderes da quadrilha. A investigação começlou a partir da prisão em flagrante de um homem, em 2021, na cidade de Bagé, que transportava grande quantidade de agrotóxicos estrangeiros oriundos do Uruguai.
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Ao longo das apurações, foi identificada a existência de uma organização criminosa transnacional, que atuava na internalização clandestina de agrotóxicos estrangeiros no território brasileiro. Estima-se que, esde 2016, 250 toneladas de agrotóxicos foram introduzidas ilegalmente no Brasil, proporcionando lucros milionários a partir da venda e distribuição destes defensivos na região Central do Estado para dezenas de produtores rurais.
O lucro obtido era aplicado em uma loja de veículos de elevado valor e em uma construtora de imóveis, que serviam como mecanismos para a lavagem do dinheiro obtido com o contrabando de agrotóxicos, visando dissimular a procedência criminosa. Ainda, foi identificada a existência de uma rede de pessoas “laranjas”, as quais movimentavam vultosos recursos ilícitos e ocultavam bens pertencentes ao grupo criminoso.
USO PROIBIDO
A utilização de agrotóxicos estrangeiros proibidos ou não autorizados no Brasil, o que caracteriza crime, pode ainda resultar em graves danos à saúde e ao meio-ambiente. A ausência de registro inviabiliza a certificação da composição e do grau de toxicidade dos produtos utilizados na agricultura, além de dificultar o controle prévio e a fiscalização pelos órgãos competentes. Os envolvidos responderão pelos crimes de importação e comercialização de agrotóxicos não registrados ou não autorizados, de lavagem de dinheiro e de organização criminosa, cujas penas somadas poderão chegar a 27 anos de reclusão.
Comments Closed