Notícias

Não há relação entre vacinas e autismo, reafirma OMS

No total, foram incluídos 31 estudos de pesquisa primária

Evidências científicas de alta qualidade indicam que as vacinas, incluindo aquelas com tiomersal ou alumínio ou ambos, não causam autismoFoto : Tânia Rêgo / Agência Brasil / Arquivo / CP

Em 27 de novembro de 2025, o Comitê Consultivo Global de Segurança de Vacinas (GACVS) da Organização Mundial da Saúde (OMS) avaliou duas novas revisões sistemáticas da literatura científica, realizadas com metodologia robusta, sobre a potencial relação entre vacinas e o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O grupo reafirmou a conclusão anterior, de que não há evidência da relação entre vacinas e TEA.

De acordo com o Comitê, o entendimento anterior foi fundamentado em revisões conduzidas nos anos de 2002, 2004 e 2012. A OMS considera que uma relação causal entre uma vacina e um evento é suspeita quando vários estudos de alta qualidade indicam uma associação estatística entre a exposição à vacina e o resultado de interesse.

O GACVS avalia a qualidade de todos os estudos incluídos, dando maior peso a estudos bem planejados, de alta qualidade e com baixo risco de viés, e menor peso àqueles com falhas metodológicas.

Relação de vacinas com tiomersal

A primeira revisão sistemática atualizou um estudo anterior de 2012 e examinou especificamente a relação entre vacinas contendo tiomersal (um conservante) e TEA, bem como a associação entre vacinas em geral e TEA.

No total, foram incluídos 31 estudos de pesquisa primária. Vinte desses estudos, originários de 11 países e considerados os mais metodologicamente rigorosos, além de cinco meta-análises incluídas, não encontraram evidências que sustentassem uma associação entre vacinas, independentemente do teor de tiomersal, e o TEA.

A OMS relatou que outros 11 estudos, embora sugerissem uma potencial associação, apresentavam falhas metodológicas significativas, muito baixa força de evidência e alto risco de viés. “O grande corpo de evidências científicas de alta qualidade, abrangendo décadas e múltiplos países, continua a apoiar firmemente o perfil de segurança positiva das vacinas utilizadas na infância e na gravidez”, diz a organização.

Vacinas Adjuvadas com Alumínio

A segunda revisão sistemática foi focada em estudos em humanos que avaliam riscos potenciais à saúde associados a vacinas adjuvadas com alumínio. Adjuvantes são substâncias adicionadas a formulações para melhorar eficácia, estabilidade, desempenho ou aplicação.

Evidências de alta qualidade, provenientes de dez ensaios clínicos randomizados e sete grandes estudos de coorte, não encontraram associação entre vacinas com alumínio e doenças crônicas ou sistêmicas.

Dois estudos sugeriram uma associação entre a exposição cumulativa de alumínio pela vacinação e a prevalência de TEA. No entanto, esses estudos eram ecológicos, incapazes por desenho de informar causalidade, e foram julgados com limitações metodológicas e risco de viés crítico, classificando seu nível de evidência como muito baixo.

O GACVS também revisou um estudo recente publicado após o período coberto pela revisão sistemática. Este grande estudo de coorte utilizou uma metodologia robusta para examinar dados de registro nacional de crianças nascidas na Dinamarca entre 1997 e 2018 e concluiu que a incidência de 50 doenças crônicas, incluindo TEA e outros distúrbios do neurodesenvolvimento, não estava associada à exposição precoce na infância a vacinas adsorvidas em alumínio.

Em resumo, as evidências de qualidade disponíveis apoiam a ausência de associação entre as quantidades mínimas de alumínio usadas em algumas vacinas e o TEA, e confirmam a segurança do uso contínuo de vacinas contendo alumínio.

Fonte: www.correiodopovo.com.br

About Rádio Cidade

No information is provided by the author.