Uma jovem de 21 anos, que precisou conciliar os estudos com o tratamento de uma doença rara em Porto Alegre, passou em medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Amanda Vitoria Luciano Gomes tem granulomatose de Wegener, uma doença autoimune que afeta os vasos sanguíneos dos rins, pulmões e vias respiratórias.
“Fiquei muito feliz, chorei, gritei”, conta. “Não tem como desistir.”
Amanda conta que a doença não tem cura. Ela foi diagnosticada quando tinha 13 anos. Há quatro, ela está na fila do transplante de rim.
“Se a pessoa perder o rim, transplanta, aí consegue ter uma vida normal. Tem que sempre acompanhar para ver se não vai voltar [a doença]. Até vir o transplante, a pessoa fica fazendo hemodiálise. É o meu caso.”
Amanda faz hemodiálise três vezes por semana, cada sessão leva cerca de quatro horas. Ela relata que mesmo com as dificuldades, nunca desistiu de estudar e conquistar o sonho de ser médica.
“Na clínica, eles são super flexíveis comigo, eles sabem que preciso estudar, aí eu consegui estudar de manhã, e fazer a hemodialise à tarde”.
A estudante conta que queria fazer medicina desde pequena. A doença que teve a motivou ainda mais a seguir essa profissão.
“Como eu fiz tratamento e tive médicos incríveis, e eles cuidaram de mim, eu quero cuidar das pessoas, que nem eles fizeram por mim.”
A jovem se formou no Colégio Estadual Inácio Montanha. Após concluir o ensino médio, ela conseguiu uma bolsa para fazer um cursinho pré-vestibular durante um ano. No segundo ano, ganhou um desconto para poder continuar estudando.
Essa foi a terceira vez que Amanda fez o vestibular para medicina. Quando viu o nome no listão da UFRGS, na manhã de segunda-feira (16), nem acreditou.
É muito incrível, eu pensava que ia conseguir, mas nunca 100% de certeza. É muito difícil passar. Daí quando eu passei foi tipo ‘uau, eu consegui’. Foi tipo ‘eu lutei pra isso e agora consegui'”.
A estudante mora no bairro Lomba do Pinheiro, na Zona Leste da Capital, com o pai. A avó e a irmã vivem perto. Todos comemoram a conquista tão esperada.
“A gente está com orgulho que não cabe dentro do coração, a gente está transbordando ele já. Tendo em vista toda nossa história, que não foi fácil, e a superação dela, dedicação dela, então, é que nem meu colega me falou: ‘É uma história que não cabe só a nós’. É uma história que precisa ser divulgada e ser incentivo para muitos jovens, para as pessoas que estão passando pelo que ela está passando”, conta a irmã da Amanda, Taynan de Oliveira, de 28 anos.
Fonte: g1.globo.com
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