Os dados estão disponíveis no Agro Mensal, relatório divulgado pela consultoria

Produção de arroz no Mercosul em 2025 poderá ser a maior dos últimos dez anos | Foto: Paulo Lanzetta/Embrapa/Divulgação/CP
O bom desempenho das lavouras de arroz no Mercosul em 2025 deve pressionar as cotações do cereal, prevê o Itaú BBA na edição de janeiro do relatório Agro Mensal.
“Boas condições no plantio e expansão da área cultivada sugerem volumes elevados, tanto no Brasil quanto nos demais países do bloco”, diz o texto.
De acordo com a consultoria, os resultados da safra podem significar um recorde dos últimos dez anos.
Na prática, a cotação começou a cair desde dezembro. Na Bolsa de Chicago, no início do mês a tonelada era comercializada a 335,43 dólares, mas encerrou o ano a 309,05 dólares a tonelada, uma queda de 7,8%. Grande parte desse movimento foi motivado pela normalização do comércio internacional, especialmente dos países da Ásia, com a volta da Índia às exportações.
Já o preço do cereal no Brasil, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea Esalq/USP), 3% em relação a novembro de 2024.
Mesmo com retração no fechamento do ano, com a saca de 50 quilos cotada a R$ 99,15 no estado, de acordo com Cepea, a média de preços de 2024 no mercado local registrou alta de 19% em relação a 2023, informa o relatório. Com valor de R$ 113, atingiu a maior média anual dos últimos cinco anos.
Área expandida
Ainda que o Rio Grande do Sul, responsável por 70% do arroz brasileiro, tenha aumentado apenas 3% a área destinada à cultura, Argentina, Paraguai e Uruguai expandiram em mais de 10% o plantio. No Brasil, a semeadura está na fase final, com 94% da área total plantada até 5 de janeiro, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
No Rio Grande do Sul, o principal estado produtor, 98% da área prevista foi semeada, segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), contabiliza o relatório. Em Santa Catarina, o plantio também foi concluído.
A Conab projeta que a produção brasileira de arroz em 2025 atingirá 12,1 milhões de toneladas (em casca), um crescimento de 14% em relação à safra anterior. Este aumento é atribuído à melhoria na produtividade e à expansão da área plantada. Apesar das condições climáticas favoráveis até o momento, o fenômeno La Niña ainda representa um risco à safra.
No restante do Mercosul, as perspectivas também são otimistas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos estima que o bloco produzirá 10,9 milhões de toneladas de arroz beneficiado (equivalente a 16 milhões de toneladas em casca), o maior volume desde a safra 2014/15. Para o Brasil, a estimativa do departamento é de 8 milhões de toneladas de arroz beneficiado (11,8 milhões de toneladas em casca), um pouco abaixo da projeção da Conab.
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