
Inserção no mercado facilita o ensino
Dados do Inaf relacionados à juventude indicam que o trabalho pode auxiliar na aprendizagem
18/08/2025 | 13:27Correio do Povo






De acordo com a pesquisa, 65% dos jovens de 15 a 29 anos que estudam e trabalham apresentam situação de alfabetismo consolidado | Foto: Andrieli Siqueira/ Universidade Feevale / CP
Divulgado no Dia Nacional da Juventude (em 12/8), um estudo, com dados de 2024, revela a relação entre alfabetização e trabalho. Assim, aponta que 4 a cada 10 jovens brasileiros fora da escola e do mercado apresentam analfabetismo funcional.
Analisado no Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf), o levantamento indica que 16% dos brasileiros entre 15 e 29 anos de idade conciliam trabalho e estudo, grupo de onde vem a maior proporção de alfabetismo consolidado (65%). E dentre os 39% de jovens que só trabalham, predomina a característica de alfabetismo limitado. Além disso, 22% dos que estão nessa faixa etária só estudam; e 23%, não estudam e nem trabalham.
Em relação ao domínio de habilidades, 47% dos jovens apresentam apenas nível elementar de alfabetismo; e 18% têm situação de analfabetismo funcional. Em meio aos analfabetos funcionais da faixa analisada, 17% deles estão trabalhando. No entanto, cerca de 4 a cada 10 já não estão mais estudando. E, se cruzados com dados de escolaridade, se verifica uma associação entre baixa escolaridade e limitação nas habilidades básicas: 71% dos jovens que só completaram o Fundamental I (até o 5° ano) são analfabetos funcionais.
A coordenadora do Inaf assinala que a inserção no mercado de trabalho também pode servir como apoio na aprendizagem. “É um desafio para todo jovem se inserir no mercado de trabalho, ainda mais os que vivem em situação de vulnerabilidade A boa notícia é que o trabalho é alfabetizante, assim como a Educação. Na medida em que vão avançando na vida pessoal e na profissional, também vão avançando no seu letramento”, afirmou.
Desigualdades
Questões referentes a gênero e raça também foram detectadas no levantamento nacional. Entre mulheres jovens e com analfabetismo funcional, 42% delas não estudam e nem trabalham; e são 17% dos homens nessa mesma condição. Entre jovens negros, a incidência é de 17% no analfabetismo funcional; e entre brancos, 13%. Mas o levantamento geral mostra que 27% dos trabalhadores brasileiros, na faixa de 15 a 64 anos, são analfabetos funcionais.
Destaques
- O analfabetismo funcional é a condição de pessoas que, embora saibam ler e escrever palavras e frases simples, têm dificuldades para compreender textos mais complexos e aplicar essas habilidades em situações cotidianas.
- Esse analfabetismo, entre brasileiros de 15 a 64 anos de idade, permanece estável desde 2018, atingindo 29% da população.
- O maior grupo é de alfabetizados em nível elementar (36% nessa faixa etária no país).
- Entre os jovens de 15 a 29 anos, houve oscilação negativa: aumento, de 14% (em 2018) para 16% (2024), de analfabetos funcionais, indicando retrocesso nos indicadores de alfabetismo funcional dessa faixa etária.
- Há questões de gênero desiguais.
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