Membros de facções criminosas estão presos no estado e serão transferidos para presídios federais
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De acordo com a Prefeitura de Icó, cidade a 369 km da capital Fortaleza, pela primeira vez um veículo de imprensa, uma rádio, localizada na Avenida José Campos Monteiro, foi atacada na madrugada desta segunda. Os grupos de suspeitos dispararam pelo menos cinco tiros contra a Câmara Municipal de Icó. Um caminhão-caçamba que presta serviço para a Prefeitura também foi alvo da ação.
Na estação ambiental, eram realizados projetos sociais para incentivar a economia sustentável na região. Em Fortaleza, o grupo destruiu uma central de telefonia, uma agência bancária e ateou fogo no prédio do Departamento Nacional de Obras.
O estopim para a crise na segurança pública teria sido a apreensão de 400 celulares em presídios do estado. Desde a quarta-feira, foram registrados cerca de 100 ataques em todo o estado. Em represália aos ataques foram canceladas visitas nos presídios e retiradas as televisões.
Desde quarta-feira, 110 suspeitos foram presos e dois morreram em confronto com policiais. Cerca de 100 policiais militares da Bahia chegaram para reforçar a segurança no Ceará. Eles serão distribuídos pelas cidades atacadas, que passam de 30. Além dos agentes da Força Nacional, o estado deve receber ainda policiais de outros estados do Nordeste.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) informou que caiu o número de ataques em Fortaleza e região metropolitana, após as primeiras 24 horas de atuação da Força Nacional de Segurança. As tropas começaram a atuar na capital do Ceará no sábado. Houve 45 ataques na quinta-feira e 38 no sábado. No domingo, foram registrados 23.
A Força Nacional irá permanecer no estado por até 30 dias, prazo que pode ser prorrogado. São 300 homens e 30 viaturas que atuam no patrulhamento ostensivo, preventivo e repressivo em pontos importantes como terminais rodoviários e vias de grande circulação.
Ataques
Os ataques foram feitos após a declaração do novo secretário de Administração Penitenciária do Estado, Luís Mauro Albuquerque, de que não reconhece facções criminosas no Ceará. Ele confirmou que a divisão de presos por unidades não irá mais obedecer a distribuição por vínculos com organizações criminosas.
O governador Camilo Santana, que assumiu na terça-feira o segundo mandato, para o qual foi reeleito em outubro de 2018, havia dito em janeiro do ano passado que das 441 mortes registradas nos primeiros 29 dias de 2018, 84% eram vinculadas às facções criminosas. O principal grupo criminoso do Ceará é o GDE (Guardiões do Estado).
Fonte: Correio do Povo
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