
A importância do diagnóstico precoce de câncer, principalmente de pulmão, foi debatido durante o evento “MSD em Pauta”, organizado pela MSD Brasil, em que foram abordadas temáticas emergentes voltadas à saúde contemporânea nesta terça-feira. Márcia Datz Abadi, médica oncologista e Diretora Médica da MSD Brasil, destaca a importância do diagnóstico precoce em qualquer tipo de câncer, e também do tratamento mais precocemente possível, já que a doença se espalha entre o diagnóstico e o tratamento. “Isso vale para todos os tipos. Quanto mais precoce a gente consegue [diagnosticar], mais a chance maior é a chance de cura”, afirma.
Um programa de rastreamento implementado em 2023 na Santa Casa de Porto Alegre para saúde suplementar busca ativamente uma doença dentro de grupos de risco, ou seja, que têm perfil de rastreabilidade. O programa já apontou redução de 20% nos casos de câncer diagnosticados.
Manuela Cavalcanti, pneumologista na Santa Casa e coordenadora do programa, chamado RastreAr, ressaltou que quanto mais cedo o diagnóstico, melhor para o paciente e para o sistema de saúde como um todo. Ela afirma que o diagnóstico é sempre tardio, e isso causa impacto no custo dos tratamentos. “Se a gente não fizer nada, 75 ou 85% dos pacientes vão ser tardios”, disse.
Na Santa Casa, a linha de cuidado é voltada ao câncer de pulmão, e tem acompanhamento antes e depois do diagnóstico clínico. A pneumologista pontuou que o momento em que mais se vê diagnóstico tardio é na primeira tomografia, e destacou a necessidade de incentivo não apenas do médico, para pedir o exame, mas que o paciente seja inserido dentro do programa. “A gente quer manter essa jornada do paciente toda supervisionada para encurtar distâncias e principalmente para que a gente não tenha perda, para que aquele paciente tenha um rastreamento anual”, afirmou.
Fabíola Perin, cirurgiã torácica da Santa Casa de Porto Alegre e presidente da Sociedade de Cirurgia Torácica do Rio Grande do Sul, destacou que, no Rio Grande do Sul, foi implementado em 2023 o movimento de promoção da saúde pulmonar “Pulmão Legal – Respire Fundo”.
“A gente buscava divulgar a necessidade do rastreamento, tanto para a sociedade civil, quanto para o poder público, buscando implementar essa política de saúde pública no SUS também”, relatou. Ela pontua a importância de discutir o assunto não apenas dentro da sociedade, mas entre os especialistas, para dominar as possibilidades de redução da mortalidade do câncer de pulmão a partir do diagnóstico nas suas fases iniciais.
A criação da Aliança Brasileira de Combate ao Câncer de Pulmão, na sua análise, também serviu como uma ferramenta de atuação de interface com o poder público para implementar políticas públicas. “O diagnóstico do câncer de pulmão tem que ser feito antes dos sintomas, porque quando a gente tem sintomas, essa doença já está avançada e a chance de cura é menor. E 85% dos diagnósticos no Brasil são feitos já em estágios avançados”, diz.
Além do rastreio e diagnóstico precoce do paciente oncológico, os painéis debateram o acesso à informação sobre o HPV e sobre a hipertensão arterial pulmonar, com a presença de médicos referência nacional nas áreas. A MSD Brasil, que organizou o evento, é uma empresa biofarmacêutica de pesquisa intensiva, com trabalhos inovadores em vacinas, oncologia, doenças infecciosas, entre outras.
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