
A queda expressiva de preços no arroz afeta produtores de todo o Brasil e em especial no Rio Grande do Sul, maior produtor nacional do alimento. De acordo com o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, uma solução para a crise poderá ser anunciada antes da divulgação do Plano Safra 2025/2026, prevista para o final deste mês.
“Estamos buscando essa possibilidade porque sabemos da urgência que os agricultores têm de fazer a sua venda”, afirmou Pretto.
No último dia 11, a União informou que pretende comprar o excedente de produção dos arrozeiros, os quais enfrentam dificuldades também com a falta de liquidez em função de que o varejo está comprando volumes muito pequenos da indústria. Desde então, o presidente da Conab tem sido o interlocutor entre os representantes dos orizícolas e o governo federal. Conforme Pretto, no momento, órgãos de controle estão sendo consultados para averiguar a possibilidade de lançamento de uma nova edição de contratos de opção para a venda específicos para a safra já colhida do cereal.
O Rio Grande do Sul produz 70% da safra nacional. “Mas avançou muito também no Centro-Oeste. Tem estados que o preço está abaixo do preço mínimo. Em Mato Grosso, Minas Gerais e Maranhão está mais complicado ainda (a situação) do que no Rio Grande do Sul. Então, quando pensamos em uma medida é nacionalmente”, disse.
Segundo o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, a entidade solicitou à Conab que estude alternativas para a situação.
“Um novo contrato de opção de venda é a alternativa mais viável pois permite trabalhar com até 20% acima do preço mínimo (de R$ 87,62 contra R$ 63,00 no mercado)”, explicou Velho.
O dirigente acrescenta que não há um prazo estipulado para o retorno do governo federal sobre a situação dos produtores rurais, mas a expectativa é de que, no mais tardar em julho, a União apresente uma proposta concreta. “Eles estão trabalhando para buscar algum recurso para a comercialização”, pontuou.
Edegar Pretto explicou que o contrato de opção de venda é uma ferramenta utilizada para incentivar a produção. “Para dizer ao agricultor que pode produzir que nós compramos, o preço é esse”, enfatizou, destacando a importância dos orizicultores estarem estimulados a plantar a próxima safra. O presidente da Conab salientou, entretanto, que também se trata de política pública para o governo federal fazer estoque do cereal e garantir a segurança alimentar da população com preço justo em momentos de safra menor.
Quando necessário, ressaltou Pretto, o arroz estocado é comercializado para a indústria do setor, por meio de leilões.
“Estamos trabalhando em uma nova modelagem, uma alteração nas normas da Conab para que possamos vender também para pequenos comerciantes e nas periferias e não somente em grandes volumes. Queremos disponibilizar outros formatos de venda”, concluiu.
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