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Contratos para compra de arroz são alvo de críticas

De acordo com Federarroz, valor sugerido pelo governo está abaixo do custo de produção do cereal

Valor previsto para o arroz nos contratos de opção deverá ser tema de negociação com o governo federal | Foto: Fernando Dias / Seapi / Correio do Povo

Anunciados pelo governo federal no último dia 30, os contratos de opção a serem oferecidos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para aquisição de arroz em 2025, foram contestados nesta quarta-feira, 2, pela Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz).

De acordo com o presidente da entidade, Alexandre Velho, o valor previsto para a modalidade de negócio ficaria abaixo do custo de produção do grão.

Velho disse ter conversado com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, durante a 47ª Expointer. “O problema, que eu coloquei para o ministro, é que esse contrato de opção é baseado no preço mínimo, que hoje é de R$ 65 [a saca de 50 quilos], no caso do arroz. O ministro me comentou que teria um plus de 20%”, relatou o presidente da Federarroz.

“Se eu pego R$ 65 e coloco 20% não chego nem a R$ 80. Isso é quase R$ 20 abaixo do custo de produção. Eu disse a ele [Fávaro], que neste modelo, nós, do Rio Grande do Sul, ficaríamos fora dos contratos de opção”, acrescentou Alexandre Velho.

Conforme a Federarroz, o custo de produção do arroz está, hoje, entre R$ 90 e R$ 100 a saca. “Se o parâmetro ficar no que foi falado [com o ministro], preço mínimo mais 20%, não vejo que haja interesse [pelos contratos de opção] nem aqui ou fora daqui”, ponderou o presidente da entidade. Velho afirmou ainda que retomará o tema com o ministério ainda em outubro. Ele salientou que a operação planejada pelo governo federal não representa uma retomada do projeto de importação do arroz, cogitado entre maio e julho.

Preços indefinidos

Questionada pela reportagem, a Conab informou que “os preços de exercício ainda não foram definidos”. A companhia confirmou o bônus de 20% sobre o preço mínimo, citado por Alexandre Velho, destacando que, anteriormente, o acréscimo era de 10%. “Além disso, o governo trabalha com o custo de carregamento da armazenagem”, acrescentou a estatal.

No dia 30, foi publicada no Diário Oficial da União a Medida Provisória número 1.260, abrindo um de R$ 1,659 bilhão para os ministérios da Agricultura e Pecuária, da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, de Portos e Aeroportos e para Operações Oficiais de Crédito. Deste valor, R$ 998 milhões foram reservados para contratos de opção para a aquisição de até 500 mil toneladas de arroz pela Conab. De acordo com a estatal, a medida é um esforço “para a retomada dos estoques públicos no país e visa incentivar a produção do grão, bem como apoiar os agricultores e as agricultoras”.

O contrato de opção de venda é uma modalidade de seguro de preços que dá ao agropecuarista ou cooperativa o direito, mas não a obrigação, de vender o produto para o governo, em uma data futura, a um preço previamente fixado.

Fonte: https://www.correiodopovo.com.br/

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