Em 2023, país reduziu em 12% as emissões
Emissões dos países estarão em pauta na Cúpula do Clima (COP-29), no Azerbaijão | Foto: Nelson Almeida / AFP / CP
O Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas brutas de gases de efeito estufa em 2023. O número representa queda de 12% em relação ao ano anterior, quando foram emitidas 2,6 bilhões de toneladas. Apesar da redução, o resultado deste ano se mantém em um patamar elevado, que coloca o Brasil na posição de quinto maior emissor de gases estufa do mundo.
As emissões dos países estarão em pauta na Cúpula do Clima (COP-29), que acontece em Baku, no Azerbaijão, a partir de segunda-feira, 11, com objetivo de discutir estratégias e financiamento para a descarbonização.
O dado foi divulgado nesta quinta-feira, 7, pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg) do Observatório do Clima, rede de organizações ambientais voltadas ao combate da mudança climática.
– Com emissões em alta em outros setores, a queda em 24% nas emissões globais por desmatamento foi a responsável pela redução, puxada pelo corte de emissões por desflorestação da Amazônia em 37%, a partir da intensificação de ações de fiscalização pelo governo federal
– À exceção da Amazônia e do Pampa – que também registrou queda de 15% nas emissões por desmatamento em 2023 -, porém, todos os biomas tiveram alta nesse setor, com aumento de 86% no Pantanal, 23% das emissões no Cerrado, 11% na Caatinga e 4% na Mata Atlântica;
– O aumento do desmatamento no Cerrado levou o Maranhão à posição de terceiro Estado com maior emissão bruta do Brasil, entrando pela primeira vez no ranking e ficando atrás apenas de Pará e Mato Grosso.
As mudanças de uso da terra – de floresta para pasto, por exemplo – seguem sendo as maiores poluidoras no País, responsáveis por 46% das emissões brutas de gases de efeito estufa, com 1,062 bilhão de toneladas de CO2 equivalente.
Todos os outros setores geradores de emissão analisados no relatório do Seeg – agropecuária, energia, indústria e resíduos – apresentaram aumento, o que já era esperado com o crescimento do PIB. Na agropecuária, que totaliza 28% das emissões brutas, a alta foi de 2,2%, chegando a 631 milhões de toneladas.
O aumento é atribuído ao crescimento do rebanho bovino, já que a maior parte das emissões vem do “arroto” do boi – a fermentação entérica emitiu 405 milhões de toneladas em 2023, volume maior do que o total de emissões da Itália, por exemplo.
Em 2023, o número de bovinos bateu recorde desde o início da série histórica, em 1974, com 238,6 milhões de cabeças, segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal do IBGE.
Apesar de ser a maior queda porcentual nas emissões desde 2009, ano que o Brasil registrou menor emissão da série histórica iniciada em 1990, o País ainda não retornou ao patamar anterior a 2019 – menor do que o volume de emissões atual.
Nesta edição do relatório, um reajuste na metodologia mostrou que as emissões de 2022, divulgadas no ano passado, haviam sido subestimadas. Com o novo cálculo, as emissões brutas de 2022 ficaram em 2,6 bilhões de toneladas brutas de CO2 equivalente, o que resultou na redução de 12% das emissões de 2023 em relação ao ano anterior.
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