A partir do primeiro dia de 2020, o Inter vestirá Adidas, encerrando uma parceria de oito anos com a Nike, justamente a maior concorrente da empresa alemã. Diferentemente do Cruzeiro, que também acaba de assinar com a Adidas mas ameaça romper o contrato antes mesmo de estrear os novos uniformes, os dirigentes colorados se dizem satisfeitos com a nova parceira e otimistas com o volume de recursos que deverá ingressar nos cofres colorados a partir da próxima temporada.
Atolados em uma das maiores crises financeiras e institucionais da história do clube de Belo Horizonte, os novos dirigentes afirmam que o negócio feito com a Adidas é prejudicial ao clube. Na quinta-feira passada, minutos depois de os novos uniformes serem apresentados nas redes sociais do próprio Cruzeiro, o CEO do clube, Vittorio Medioli, confirmou que a tendência é romper o contrato. Segundo ele, o Cruzeiro estuda formas de produzir o próprio material esportivo, segundo tendência utilizada por outros clubes, como Bahia e Fortaleza, por exemplo.
“O contrato com a Adidas é pra ganhar nada. É um contrato que, no ano, no máximo, vai dar ao Cruzeiro R$ 2,5 milhões, que, inclusive, já foram antecipados pela gestão anterior”, enfatizou Vittorio Medioli, em entrevista.
Não é o caso do Inter, garantem os dirigentes colorados. Segundo eles, o contrato com a Adidas tem potencial para render mais do que o da Nike rendeu em 2019. “Estamos satisfeitos com o acordo e enxergamos uma parceria que pode gerar bons lucros para as duas partes, além de agradar bastante a torcida colorada”, enfatizou o vice-presidente de marketing e mídia do Inter, Nelson Berny Pires.
O tipo de acordo celebrado entre Inter e Nike em 2013, que passou a valer em 2014, não é mais usual. Naquela época, a empresa pagava um valor anual como patrocínio ao clube e, descontava deste valor todo o material repassado na temporada. Nos primeiros anos, o patrocínio total da Nike foi de R$ 15 milhões. Depois, baixou, acompanhando tendência de mercado. Em 2019, no último ano da parceria, o Inter recebeu R$ 8 milhões da empresa norte-americana.
No novo modelo de acordo, o clube recebe o material esportiva que usará ao longo da temporada (cerca de R$ 3 milhões) e mais nenhum valor fixo. Porém, amealha royalties pelo uso da marca. A Adidas, a partir de janeiro, entregará ao Inter 27% de tudo que for vendido com a marca do clube. No orçamento de 2020, os dirigentes previram o recebimento de R$ 7 milhões com o negócio. “Trata-se de uma projeção conservadora, com base nas vendas feitas pela Nike. Mas acreditamos que haverá um incremento que pode chegar até a mais de R$ 10 milhões por ano”, segue Nelson Berny Pires.
Há alguns motivos para o otimismo dos dirigentes. Havia, há algum tempo, um certo descontentamento da torcida com os produtos e o atendimento da Nike, que vendia uma linha restrita a sete itens. Quase não havia material infantil. Mesmo assim, ela vendeu 270 mil peças, em sua imensa maioria camisetas, em 2019. A Adidas, por sua vez, terá uma linha com 23 itens diferentes, com camisas polo, casacos, moletons e camisetas.
Fonte: correiodopovo.com.br
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