A Polícia Civil prendeu oito pessoas, na manhã desta segunda-feira (2), suspeitas de participar de grupo investigado por furto de gado (abigeato) no Rio Grande do Sul. Foram apreendidos caminhonetes e caminhões boiadeiro usados nos crimes.
A operação cumpriu 12 mandados de busca e apreensão e sete de prisão preventiva, além de uma prisão em flagrante por posse de arma, em Minas do Leão, Caxias do Sul e Gravataí. Cerca de 80 policiais civis e oito fiscais agropecuários da Secretaria Estadual de Agricultura participaram da ação.
A investigação foi feita pela Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato de Bagé e durou três meses. Segundo a polícia, o grupo é suspeito de cometer vários crimes de abigeato no estado.
A organização criminosa usava caminhões para furtar uma grande quantidade de animais de uma só vez. Segundo o delegado responsável pelo caso, André Mendes, a operação levou o nome de Regresso porque o abigeato, praticado desta maneira, não era registrado desde 2017.
A polícia recebeu denúncias de que pessoas teriam se associado para praticar furto de gado, principalmente na Serra e no Litoral. Há registro de ataques do grupo também na região de Palmares do Sul, informou a polícia.
“As investigações foram evoluindo e fomos chegando na identidade dos integrantes do bando. Também identificamos a participação da quadrilha em diversos outros crimes de abigeato nos municípios de Santo Antônio da Patrulha, Palmares do Sul, Capivari do Sul, Osório, Tavares, Maquiné, Taquara, Mostardas, entre outros”, explicou o delegado.
Segundo as investigações, a quadrilha é suspeita de furtar mais de 300 animais bovinos em 2019.
Os animais eram carregados em caminhões boiadeiro para a Região Metropolitana, e alguns eram levados para confinamento e depois abatidos.
Um dos principais integrantes do grupo é produtor rural. De acordo com a polícia, o suspeito aluga gado para rodeios, e usava o transporte desses animais para carregar o gado furtado.
Durante a investigação, foram apreendidos 186 animais bovinos sem procedência, além carne de animais abatidos após o furto.
“Acreditamos que se trate da maior e mais bem organizada quadrilha de abigeato em atividade no Rio Grande Sul. Durante as investigações um dos envolvidos no esquema criminoso, utilizando-se de influência, chegou a procurar um deputado estadual objetivando buscar apoio político, através de ‘contatos’ para frustrar o trabalho dos policiais e fiscais agropecuários da Secretaria de Agricultura que participam das investigações. Servidores foram ameaçados com denuncias nos órgãos corregedores”.
Segundo o delegado, a investigação continua e o inquérito policial deve ser remetido à Justiça até o fim do ano.
Fonte: g1.globo.com
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