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Autoridades enfrentam desafio de aumentar número de doadores de sangue no RS

Somente Hemorgs atende mais de 40 hospitais na Região Metropolitana, Vale do Paranhana e Litoral Norte, mas relata que sua demanda é somente 30% atendida

Uma bolsa de sangue pode salvar até quatro vidasFoto : Fabiano do Amaral / CP Memória

Esta terça-feira é o Dia Nacional do Doador de Sangue. O gesto da doação faz bem, salva vidas, é altruísta e seguro, mas o Rio Grande do Sul possui uma dificuldade de encontrar pessoas dispostas a proceder com a prática. Estratégias têm sido feitas pelas autoridades de saúde para buscar angariar mais voluntários, reduzindo a crise permanente de estoques críticos de sangue para quem mais precisa. No Hemocentro do Rio Grande do Sul (Hemorgs), em Porto Alegre, responsável por atender mais de 40 hospitais na Região Metropolitana, Vale do Paranhana e Litoral Norte, a demanda é sempre alta, porém a oferta dificilmente acompanha.

O mesmo nos hemocentros locais de Pelotas, Santa Maria e Passo Fundo. Dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES) apontam que, neste ano, até 31 de outubro, houve 18.979 doações somente no Hemorgs, contra 18.250 em todo o ano passado, em que houve as enchentes e a oferta permaneceu ainda mais reprimida. Mas os números, apesar de considerados bons, estão longe de representarem o que é realmente necessário.

“Para nós, é um desafio abrir as portas do Hemocentro e ter de esperar por cem doadores. Se abrirmos e não fazermos nenhum chamamento ou campanha, vão aparecer no máximo 30 de forma espontânea”, disse a enfermeira responsável pela captação de doadores do Hemorgs, Ana Lúcia Dagord. É preciso também desmistificar falsas informações: pessoas com tatuagens ou piercings podem doar, desde que ambas as modificações tenham sido feitas há mais de seis meses.

“Temos uma preocupação no Hemocentro para garantir uma boa experiência para quem doa, a fim de que retornem e consigam motivar mais pessoas a fazê-lo”, salientou Ana, reforçando que estratégias com grupos maiores, como de universidades, empresas e escolas, têm dado resultado. Com a chegada do final de ano, os profissionais de saúde relatam preocupação, já que janeiro e fevereiro são os meses considerados mais críticos para a doação, diz ela, devido ao período de veraneio, em que muitas pessoas saem de suas cidades.

No inverno ocorre o mesmo, justificado pelas doenças respiratórias, que são impedimentos temporários para a doação. Homens podem doar até quatro vezes por ano, com intervalo de dois meses cada, e mulheres, até três, em intervalos de três meses. “É preciso reforçar o apelo de que as pessoas entendam que não há substituto para o sangue, e dependemos exclusivamente de pessoas voluntárias. Gostaríamos que todos colocassem isto na sua agenda, e criassem este importante hábito de doar”, comentou Ana.

Yasmin já fez cinco doações de sangue, e sua meta é doar duas vezes ao ano

 Yasmin já fez cinco doações de sangue, e sua meta é doar duas vezes ao ano | Foto: Yasmin Domingues / Arquivo pessoal / CP

Exemplo que inspira: jovem com 20 anos de idade já fez cinco doações

Foi o que fez Yasmin Linck Domingues. Moradora do bairro Chácara das Pedras, em Porto Alegre, a jovem estudante de Medicina tem somente 20 anos de idade, mas já doou cinco vezes, a primeira com 16, a idade mínima com autorização legal. “Eu sempre fui de ajudar as pessoas, fazer doações de brinquedos e roupas. Essa prática da doação de sangue vem de família. Lembro de minha mãe doar e eu admirar muito. Quando atingi 16 anos, doamos juntas pela primeira vez”, contou ela.

“Depois dos 18 anos, continuei doando, porque têm tantas pessoas precisando, e nunca sabemos quando poderemos ser os próximos a precisar”, disse ela. Após esta primeira, a segunda foi com 18 anos, outras duas vezes com 19 e a última com 20, em vários locais. “Minha meta é agora doar duas vezes por ano”, disse a futura médica.

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O que é preciso para doar

  • Estar em boas condições de saúde;
  • Apresentar documento oficial de identidade com foto;
  • Ter idade entre 16 e 69 anos, sendo que os candidatos a doadores com menos de 18 anos deverão estar acompanhados pelos pais ou por responsável legal;
  • Pesar no mínimo 50 Kg com desconto de vestimentas;
  • Não estar em jejum e evitar alimentação gordurosa;
  • Ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas;
  • Não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação;
  • Não fumar pelo menos duas horas antes da doação;
  • Recomenda-se reforço na hidratação.
  • O limite de idade para a primeira doação é de 60 anos;
  • Se trabalha no período noturno, compareça após seu horário diurno de trabalho.

Fonte: SES/RS

Fonte: www.correiodopovo.com.br

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