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RS tem situação confortável na armazenagem de grãos

O Estado e também São Paulo possuem superávits na capacidade logística em comparação à possibilidade de colheita, diferentemente de outros importantes produtores

Rede de armazéns da Conab integra o sistema de armazenamento do país | Foto: Sumac / Conab / Divulgação / CP

O Brasil deverá produzir, na safra de grãos 2024/2025, o recorde de mais de 345 milhões de toneladas, de acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O país tem registrado recordes sucessivos nos últimos anos. Em contrapartida, o ritmo de expansão das colheitas não tem sido acompanhado pelo avanço da capacidade de armazenagem.

O déficit ocorre, principalmente, nos estados com maior produção de grãos, conforme revelou o estudo “Armazenagem de grãos no Brasil: panorama e desafios”, elaborado pela Consultoria Agro, do Itaú BBA.

O trabalho revela, por exemplo, que a capacidade estática atual é de 213 milhões de toneladas, uma expansão de apenas 0,5% sobre o total oferecido no ano passado. O crescimento não acompanha o avanço na produção de soja e milho, que foi 6% maior em relação a 2024.

Estados em destaque

O principal estado produtor, Mato Grosso, tem um déficit de 51%. No Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Oeste da Bahia), a falta de espaço para aprovisionamento chega a 60% da produção. Em Rondônia, considerado uma nova fronteira agrícola, a diferença entre produção e disponibilidade de galpões e silos é de 75%.

O Rio Grande do Sul e São Paulo, unidades federativas com importante desempenho no agro nacional, se destacam positivamente no potencial de armazenamento. São Paulo tem superávit de 75%. O Rio Grande do Sul, 69% acima da demanda. Quarto maior produtor de grãos na atual safra, o RS deverá colher 33 milhões de toneladas de grãos, conforme a Conab.

Unidades instaladas

O Estado também apresenta o maior número de unidades instaladas: 3.278, com possibilidade de guardar 33 milhões de toneladas. O número representa cerca de 27,5% do total de 11.921 unidades armazenadoras ativas no país. O Mato Grosso, no entanto, lidera em capacidade, com espaço para 52 milhões de toneladas.

Conforme a consultoria, a capacidade de armazenagem nos Estados Unidos é de 615 milhões de toneladas, ou seja, três vezes maior do que a brasileira, e 65% dessa capacidade está dentro das fazendas dos produtores americanos, contra apenas 17% dos agricultores brasileiros.

“Isso faz com que os produtores brasileiros dependam mais de armazéns externos e estejam sujeitos a maiores pressões logísticas e comerciais durante a safra”, analisa Itaú BBA.

Aumento de custos

O estudo avaliou que o custo de construção dos silos aumentou de R$ 700 por tonelada, em 2019, para cerca de R$ 1.100 por tonelada em 2025. Para eliminar o déficit de armazenagem seriam necessários investimentos de R$ 102 bilhões.

“A falta de armazenagem adequada obriga o produtor a vender rapidamente e com deságio, comprometendo sua renda e poder de negociação. Pesquisas mostram que 41% dos produtores com armazém própria obtiveram ganhos de 6% a 20% em suas vendas, ao poderem escolher o melhor momento para comercializar a produção”, adverte o estudo.

O estudo conclui que “o Brasil precisa de investimentos maciços, políticas públicas mais robustas e condições de crédito mais favoráveis para modernizar e expandir sua infraestrutura de armazenagem, condição essencial para que o agronegócio nacional mantenha competitividade e acompanhe o ritmo do aumento da produção”.

Fonte: www.correiodopovo.com.br

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