Desempenho da região foi confirmado por anuário publicado pela Embrapa, considerando dados obtidos pelo IBGE em 2023

Estudo lançado pela Embrapa Gado de Leite, sediada em Juiz de Fora (MG), confirma o Noroeste Riograndense como a principal região produtora de leite no país, seguida do Oeste Catarinense e do Triângulo Mineiro/Alto Parnaíba.
De acordo com o Anuário Leite 2025, produzido pela empresa Texto Comunicação, de São Paulo, e publicado pela estatal, a região gaúcha fornece 2,72 bilhões de litros por ano, respondendo por 7,71% da oferta nacional. O Oeste Catarinense contribui com 2,42 bilhões de litros (6,86%), enquanto que 2,35 bilhões de litros (6,60%) são provenientes do Triângulo Mineiro.
De acordo com o diretor financeiro da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Nacir Penz, o destaque do Noroeste Gaúcho pode variar conforme a metodologia e métrica utilizada na pesquisa, mas a região, inquestionavelmente, está entre as primeiras mais importantes do Brasil em relação à pecuária leiteira. “Há uma discussão sobre isso (sobre a produção de cada região)”, alerta Penz.
Adensamento da atividade
O dirigente explica que a atividade, no Noroeste, “é muito adensada”. Nos últimos anos, a desistência de boa parte dos pecuaristas de leite concentrou a produção num número menor de empreendimentos. O fenômeno, aliás, não se limita à região, ocorrendo em todo o Estado. O Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite, publicado em 2025 por Emater-RS/Ascar, com dados de 2023, registra um decréscimo de 60,90% no número de estabelecimentos produtores de leite no Rio Grande. No mesmo período, diminui a participação de propriedades com menor litragem diária (até 150 litros) e aumenta as que disponibilizam maiores volumes.
Penz salienta a importância do leite para áreas de colonização, como o Noroeste, caracterizadas por pequenas propriedades. “Foi o leite que assegurou o pagamento dos primeiros boletos, que eram os da energia elétrica”, ilustra.
Os dados do Anuário da Embrapa foram recolhidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também em 2023. O levantamento estabelece uma comparação com os resultados obtidos em 2003, quando o Triângulo Mineiro liderava o ranking de região com maior produção, seguido pelo Noroeste do Rio Grande do Sul e pelo Sul Goiano.
Desempenho estadual
Entre as unidades federativas (UFs), Minas Gerais apresenta a maior produção, com 9,42 bilhões de litros, com 26,63% de participação no total nacional. Na segunda colocação, está o Paraná, com 4,55 bilhões de litros (12,88%), à frente do Rio Grande do Sul, com 4,11 bilhões de litros (11,63%). Ambos os estados registraram baixa na oferta, a exemplo do que ocorreu em outras UFs.
A produção nacional somou, em 2023, 35,37 bilhões de litros, 2,38% a mais do que os 34,55 bilhões de litros de 2022. Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás somaram 68,63% do volume total.
Veja aqui o Anuário Leite 2025.
Fonte: www.correiodopovo.com.br
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