Policiais são indiciados por crime militar em ação que feriu angolano e causou morte de mulher em Gravataí

Inquérito foi encaminhado à Justiça Militar do Estado. Três policiais envolvidos responderão a processo administrativo e ficarão afastados de suas funções.

 Foto: Arquivo pessoal

Os três policiais militares envolvidos na ação que causou a morte de Dorildes Laurindo, de 56 anos, e feriu o angolano Gilberto Almeida, em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, em maio, foram indiciados por crime militar.

O inquérito, concluído nesta sexta-feira (9), foi encaminhado à Justiça Militar do estado. Cabe ao Ministério Público Militar definir o enquadramento das penas e decidir se irá denunciá-los ou não.

Até lá, eles ficam afastados das funções e responderão a um processo administrativo do Conselho de Disciplina da Brigada Militar.

Relembre o caso

Gilberto e Dorildes saíram de Cachoeirinha, onde ela morava, e foram para Tramandaí, no Litoral Norte. Na volta, em 17 de maio, já em Gravataí, o carro de um aplicativo de carona em que estavam foi abordado pela polícia. O motorista, que era foragido, começou a acelerar.

Após fazer uma curva, o homem parou o veículo, desceu e fugiu a pé. Gilberto e Dorildes estavam descendo do carro quando foram atingidos por disparos de arma de fogo.

Dorildes teve morte cerebral após ficar cerca de duas semanas no hospital. Gilberto precisou fazer uma cirurgia no joelho após ser baleado.

O angolano ainda ficou 12 dias preso injustamente. “No local, próximo ao Gilberto, foi encontrada uma arma de fogo, por isso, em um primeiro momento, a Brigada Militar acreditou que o Gilberto tivesse reagido também, mas nós apuramos na investigação que ele não reagiu e que aquela arma de fogo encontrada provavelmente seria do foragido”, afirmou, à época, o delegado Eduardo Amaral.

No entanto, o laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) no motorista de aplicativo apontou que a quantidade de resíduos nas mãos dele não foram suficientes para comprovar que ele tenha atirado nos policiais militares.

Um dos policiais que participou da operação responde a outros três processos na Justiça Militar. Ele chegou a ser condenado a sete meses de prisão por invasão de domicílio e agressão contra um adolescente, durante uma abordagem que aconteceu em 2016, em Gravataí.

Fonte: https://g1.globo.com/rs