Preso grupo investigado por roubo de veículos e ataques a caixas eletrônicos no RS

Policiais descobriram que um dos criminosos acessava o sistema de consultas integradas da Segurança Pública do Rio Grande do Sul para coletar informações. Foram presos 16 suspeitos e outros quatro estão foragidos.


Polícia cumpriu mandados em Porto Alegre, Cachoeirinha, Canoas e São Leopoldo. — Foto: Polícia Civil/Divulgação

A Polícia Civil realizou, na manhã desta quinta-feira (1), uma operação contra uma organização criminosa investigada por roubo e furto de veículos, além de arrombamentos e explosões de caixas eletrônicos no Rio Grande do Sul. Foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Cachoeirinha, Canoas e São Leopoldo. Foram presos 16 suspeitos e quatro estão foragidos.

De acordo com o delegado Thiago Lacerda, o grupo é suspeito de praticar mais de 80 roubos de veículos na Região Metropolitana e em Porto Alegre. Modelos importados eram vendidos por R$ 10 mil, e carros populares por R$ 1,5 mil.

As autoridades descobriram que um dos criminosos acessava o sistema de consultas integradas da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, de dentro da Cadeia Pública de Porto Alegre, para coletar informações. O banco de dados é de uso restrito de agentes públicos. O homem utilizava a senha de um policial militar.

“Verificou-se durante as investigações que o líder da organização criminosa, que na época dos fatos estava recolhido no sistema penitenciário, tinha acesso indevido a um sistema sigiloso da Secretaria de Segurança Pública, onde nós estamos realizando as devidas diligências para que se elucide como ele teve acesso”, afirma o delegado.

A Brigada Militar já bloqueou a senha. A polícia também apura a participação de um possível hacker, que pode ter tido acesso a senha.

“A Corregedoria [da Brigada Militar] vai apurar as consultas. Não há um indicativo concreto do relacionamento desse PM com esse preso. Em nenhum momento, esse PM conversou com o preso. Sobre a utilização da senha dele por esse detento, a senha pode ter sido hackeada. Isso a polícia vai apurar”, explica o major Jorge Dirceu Filho.

Com o uso da senha, o criminoso conseguia acessar modelos de carros e placas de veículos diretamente da base de dados do Detran para clonagem, pesquisar ocorrências que estavam envolvidos e verificar mandados de prisão.

“Essa é uma organização criminosa muito bem articulada, em todos os níveis. Eles continham o controle de roubo de veículos em toda a Região Metropolitana e na Capital. Inclusive com acesso a todos os receptadores. Receptadores de objetos pessoais de vítimas, receptadores de estepes e pneus, que eles retiravam dos carros roubados, receptadores dos próprios veículos, e a estrutura era bem hierarquizada”, acrescenta o delegado.

Investigação

As investigações iniciaram em 30 de janeiro com a prisão em flagrante de duas pessoas por receptação e posse ilegal de arma de fogo. Na ocasião, foram apreendidos rádios para monitorar a frequência da Brigada Militar, diversas placas clonadas e um revólver. Foram recuperados ainda cinco veículos, sendo dois carros e uma moto roubados, e duas motos com suspeitas de estarem adulteradas.

A partir da investigação, a polícia descobriu que os indivíduos que integravam a organização criminosa estava atuando em diversos roubos de veículos, principalmente nas cidades de São Leopoldo, Canoas, Cachoeirinha e Porto Alegre.

Conforme a polícia, a organização criminosa agia em grande escala, realizando encomendas de veículos, detinham metas e pagamentos semanais aos que praticavam os roubos, além de atuarem no planejamento de roubos de caixas eletrônicos.

Grupo é suspeito de praticar cerca de 80 roubos na Região Metropolitana e em Porto Alegre. — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Grupo é suspeito de praticar cerca de 80 roubos na Região Metropolitana e em Porto Alegre. — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Fonte: G1