Voluntária vira exemplo de dedicação na Central de Doações da Campanha do Agasalho


Empenhada em ajudar, a aposentada Gisela muitas vezes é a primeira a chegar e a última a sair – Foto: Felipe Dalla Valle / Palácio Piratini

Todos os dias, por volta das 6h, Maria Gisela Silva da Rosa sai da cama e vai logo preparar o café da manhã. Nem a chegada do frio intenso ao Estado altera a rotina dessa aposentada de 77 anos. Até porque o trabalho que ela realiza tem ligação direta com as baixas temperaturas registradas no inverno gaúcho.

O apartamento onde ela mora sozinha fica na avenida Getúlio Vargas, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre. E é na frente de casa que ela pega o ônibus da linha Icaraí até o Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff).

Na Central de Doações da Campanha do Agasalho, Gisela é conhecida como “Magra”, apelido que ganhou na infância. Já são dois anos consecutivos trabalhando entre os funcionários que realizam a triagem das roupas que chegam à Defesa Civil do Estado.

“Minha função é separar e dobrar as roupas que serão encaminhadas para adultos e crianças que não têm condições. Isso proporciona uma sensação de felicidade muito grande. Faço com amor”, garante a aposentada.

Como trabalha de forma voluntária, Gisela não recebe salário e tampouco precisa cumprir horário. Mas, segundo o coordenador da Central, tenente Marcelo Santos, muitas vezes ela é a primeira a chegar e a última a sair.

Carinho com as roupas

“A Magra é como se fosse uma mãe para todos. Ela orienta os mais novos e é muito dedicada. Tem carinho com as roupas”, afirma Santos.

A vontade de ajudar surgiu dois anos atrás. Em 2017, no período de um mês, dona Gisela perdeu um dos oito filhos, Luis Carlos, e também o neto Benhur, morto de maneira trágica em um incêndio. No momento em que ela define como “o mais difícil da vida”, surgiu a ideia de se voluntariar.

neta voluntária campanha agasalho
Josi da Rosa virou voluntária por influência da avó Gisela – Foto: Guilherme Hamm / Secom

“Há pessoas que ficam em casa sem ter o que fazer. O importante é ajudar, em qualquer lugar. Podem ser três, duas ou uma horinha apenas”, aconselha Gisela. 

Desde aquela época, o sentimento de compaixão contagia a família. Josi da Rosa, uma das netas, seguiu o exemplo e também virou voluntária. Ela chega a brincar que é mais fácil achar a avó na Central de Doações do que na própria casa, no Menino Deus.

“Ela liga e diz: ‘gurias, o que vocês vão fazer amanhã? Não fiquem em casa, vamos lá para a Campanha do Agasalho'”, conta, orgulhosa, a neta.

ONDE DOAR PARA A CAMPANHA DO AGASALHO 2019

• Central de Doações da Defesa Civil do RS (av. Borges de Medeiros, 1.501, térreo – Centro Administrativo do Estado, bairro Praia de Belas, Porto Alegre)
• Edifício-sede do Daer (av. Borges de Medeiros, 1.555, bairro Praia de Belas, Porto Alegre) e nas superintendências regionais
• Todos os quartéis da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros
• Coordenadorias regionais da Defesa Civil: Porto Alegre, Santa Maria, Pelotas, Santo Ângelo, Uruguaiana, Caxias do Sul, Passo Fundo, Lajeado e Frederico Westphalen
• Farmácias São João (267 pontos de coleta)
• Unidades do SescRS (66 pontos)
• Panvel Farmácias (317 pontos)
• Supermercados Zaffari (36 pontos)
• Praças de pedágio da EGR


Voluntária de 77 anos é exemplo de dedicação na Campanha do Agasalho

Texto: Guilherme Hamm
Edição: Patrícia Specht/Secom 

Fonte: estado.rs.gov.br